Moradores do Dique do Sambaiatuba cobram moradias prometidas em São Vicente

Prefeitura teria relatado que famílias receberiam habitação no Jóquei Clube

Por: Júnior Batista  -  12/01/21  -  18:02
Incêndio destruiu quatro casas na comunidade
Incêndio destruiu quatro casas na comunidade   Foto: Carlos Nogueira/AT

O incêndio que destruiu cerca de quatro moradias na comunidade Dique do Sambaiatuba em São Vicente, nesta segunda-feira (11), reviveu um drama vivido por moradores do local. Eles cobram por uma promessa de moradia feita há cerca de 3 anos.


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Sem ter um teto para ser chamado de seu, Aline Rodrigues não perdeu seu barraco para o incêndio, mas vê sua única casa ser destruída pelo descaso das autoridades. Segundo ela, há quase três anos foram prometidas moradias populares para ela e mais 11 famílias que moram na chamada Viela 4, próximo do local do incêndio de ontem.


Entre muitas madeiras e palafitas, a casa dela e de outras pessoas foi desocupada com a promessa de que eles teriam um local decente para chamar de seu. “Seria no Sá Catarina de Morais, no Primavera”, diz.


Ela se refere aos conjuntos Primavera Penedo, no Jóquei Clube, que foi entregue em 2017. Com mais de 500 apartamentos, ele possui 220 da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e mais 280 para famílias do Canal do meio.


“O que disseram é que a gente poderia ir para lá, mas não aconteceu, depois, deram prioridade para famílias de Cubatão”, contas Aline, referindo-se ao conjunto habitacional São Vicente - H, no Catiapoã, próximo ao Sá Catarina de Moraes, com mais de 360 moradias para atender moradores de áreas de risco de São Vicente e da Serra do Mar de Cubatão.


Erivan Leite da Silva de Souza e a filha, Natali Leite, são outras que perderam suas casas. Estão lutando para conseguir. A mãe, de 54 anos, está sem trabalhar e hoje paga um aluguel de R$ 500 para morar ali. “Eu não tenho condições de pagar. Minhas filhas que estão dando um jeito de manter as contas. Se é para me tirar de casa e ficar todo esse tempo sem me dar um teto, eu prefiro voltar para o meu barraco. Nosso dinheiro é basicamente para comida, como é que eu pago aluguel?”, desabafa.


Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou, por meio da Secretaria de Habitação, que tanto o nome de Aline quanto o de outros entrevistados por A Tribuna.com.br “não constam na lista da ocupação do Bugre”. “O cadastro dessas famílias foi realizado em 1999, com atualizações em 2005 e 2008. Em breve, estaremos realizando um novo cadastro com as atualizações necessárias.”


A secretaria, no entanto, diz estar aberta para “uma checagem mais aprofundada de cada situação” e sugeriu que interessados a procurem, com RG e CPF, na Rua José Bonifácio, 404, 5º andar, no Centro.


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