Impasse entre estado e prefeitura pode adiar reforma da Ponte dos Barreiros
São Vicente diz aguardar projeto de expansão do VLT para avançar estudos de recuperação da estrutura
A Prefeitura de São Vicente deve concluir até o fim desta semana o projeto executivo para a obra emergencial na Ponte dos Barreiros – principal ligação entre as áreas Insular e Continental da cidade. Já o plano para a recuperação total do acesso segue sem definição. Atrito entre estado e administração vicentina pode adiar a reforma completa do equipamento, atrapalhando o cotidiano de cerca de 130 mil pessoas.
As intervenções emergenciais no local foram determinadas pelo juiz Fábio Francisco Taborda, no fim do ano passado. O magistrado deu prazo de 60 dias, a contar de relatório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), para a contratação de uma empresa para o conserto de 50 estacas da ponte. O estudo do órgão paulista foi finalizado em 30 de novembro. Desde aquela data, o equipamento segue interditado, sob risco de colapso estrutural.
Sem informar datas ou dar quaisquer detalhes sobre as intervenções emergenciais, a Secretaria de Obras Particulares (Seob) de São Vicente informou que “aguarda a finalização do projeto executivo para a definição do cronograma de obras”. Equipes de mergulhadores fazem, desde o começo do ano, vistorias submersas para verificar a real situação das pilastras.
A expectativa é que, após a recuperação emergencial, seja dado início aos estudos para a reforma da estrutura. Contudo, técnicos da administração vicentina afirmam que sem o projeto da terceira fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – Barreiros/Samaritá – as obras para a melhoria do acesso não avançam.
A expansão do modal ferroviário para a Área Continental de São Vicente é debatida há quase uma década, sob a responsabilidade do estado, via Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). A alegação da prefeitura é que a recuperação do acesso pode conflitar com a implantação do trecho ferroviário, que utiliza parte da estrutura rodoviária – dividindo, inclusive, pilares que sustentam estruturas metálicas por onde passarão os trens.
Em entrevista para a TV Tribuna, na semana passada, o secretário de Obras Particulares de São Vicente, Elizeu Gonzalez Cação, afirmou que não poderia implantar vigas para suportar as duas estruturas sem ter acesso ao projeto por parte do estado. Ainda segundo ele, a expectativa é que a proposta do órgão paulista seja finalizada em março. A finalização do documento era aguardada para junho passado.
No começo da semana, durante visita à região, o governador João Doria (PSDB) não soube informar quando a 3ª fase do VLT sairia do papel. Já o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, destacou que a resolução da Ponte dos Barreiros caberia à prefeitura, dada a recusa vicentina do suporte oferecido pela pasta, de arcar com metade do valor da reforma.
A gestão de Pedro Gouvêa (MDB) obteve, em dezembro, R$ 58 milhões do Governo Federal para a reforma do acesso. A prefeitura afirma ainda ter solicitado oficialmente os projetos do VLT ao Governo do Estado. Questionada por ATribuna.com.br desde segunda-feira (27) sobre prazos para a expansão do sistema de transporte por trens, a EMTU não se posicionou até a publicação dessa reportagem.
