Idosa recebe vaga de cardiologista cinco meses após sua morte em São Vicente

Aposentada de 80 anos, que morreu em 12 de maio, fazia acompanhamento cardiológico por meio da rede pública de saúde, mas consulta de retorno foi liberada somente em outubro

Por: De A Tribuna On-line  -  23/10/19  -  13:51
  Foto: Arquivo Pessoal

O tempo de espera por uma consulta com um especialista foi o responsável por uma família reviver um momento de luto em São Vicente. Cinco meses após a morte da avó, de 80 anos, a neta foi informada através de mensagens de Whatsapp de que a consulta com o cardiologista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) havia sido disponibilizada. "Fiquei péssima. Quando recebi a mensagem, engoli seco", desabafa.


A aposentada Ozias Carneiro do Espírito Santo, de 80 anos, fazia acompanhamento cardiológico devido aos seus problemas de saúde. Segundo a neta, Maria Luiza Carneiro Belarmino, de 26 anos, a idosa chegou a passar por um cateterismo antes de morrer.


"Ela estava aguardando a consulta há alguns meses. Minha mãe procurava com frequência a UBS da Vila Margarida para ter notícias sobre essa consulta de retorno. A resposta era sempre para aguardar a ligação", relata Maria Luiza.


Ozias sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) em casa e morreu no dia 12 de maio. Foi por meio do Whatsapp, no dia 15 de outubro, que a neta soube da disponibilização da vaga do cardiologista.


"Fiquei péssima. Quando recebi a mensagem engoli seco. Gostaria que minha resposta tivesse sido outra, mas não mudaria muita coisa. Minha avó sempre dependeu do sistema e teve que aguardar meses para passar por retornos", lamenta a neta.


Em nota, a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), informa que a paciente vinha sendo acompanhada pela cardiologista da rede desde outubro do ano passado. Como a região onde a paciente residia era coberta por agentes de saúde, ela recebeu visitas destes profissionais em sua casa, para acompanhamento clínico.


No entanto, em dado momento, a paciente não foi mais encontrada em sua residência, o que impediu que os agentes seguissem com o atendimento até que ocorresse seu retorno ao cardiologista. A pasta ainda ressalta que a família não informou, em nenhum momento, para onde a levou, bem como não houve nenhum comunicado sobre a necessidade de medidas emergenciais em relação à paciente.


Logo A Tribuna
Newsletter