Grupo protesta em frente ao Carrefour de São Vicente após assassinato de homem negro; VÍDEO

Manifestantes ficaram do lado de fora, pois não tiveram acesso ao estabelecimento

Por: Nathália de Alcantara  -  22/11/20  -  14:30
Atualizado em 22/11/20 - 14:51
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

Mais de 50 pessoas protestam em frente ao Carrefour de São Vicente, no Jardim Independência, num ato de repúdio ao assassinato brutal de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças na noite de quinta-feira (19), em unidade do Carrefour de Porto Alegre. Com cartazes pedindo o fim do racismo e com um sistema de som que dá voz aos participantes, eles se reuniam por volta das 9h30.


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A unidade está com apenas uma entrada liberada para acesso aos clientes por motivo de segurança, enquanto que a outra entrada permaneceu fechada durante a manhã. Diversos policiais estão no local para acompanhar a manifestação.


Para o presidente do Afrosan, José Ricardo dos Santos, esse ato é um protesto, um chamamento para que as autoridades e a sociedade prestem atenção nesse assunto.


"Esse caso é um triste episódio de como a violência por conta do racismo está  impregnada na nossa sociedade. Ela só aumenta por conta da desigualdade. Temos de dar um basta de vez nisso. Vidas pretas importam sim e muito. Tratam como banal a vida humana e não vamos aceitar isso".


Toda vez que o filho de 16 anos sai de casa, Luciana da Cruz, de 49, o lembra de levar o documento de identidade com foto e de como se comportar em uma abordagem policial. “Ele é grande, alto e sei que está na mira. Meu coração de mãe fica desesperado toda vez que ele sai”, desabafa, emocionada. “A gente está no limite. Ninguém mais aguenta isso. Somos todos iguais. Estávamos felizes com a programação da Consciência Negra e acordei com essa notícia. Acabou com o meu dia”, lembra Luciana.


Luciana diz que se preocupa toda vez que o filho, que é negro, sai de casa sem ela.
Luciana diz que se preocupa toda vez que o filho, que é negro, sai de casa sem ela. "Sei que ele está na mira"   Foto: Alexsander Ferraz

Ela, que é idealizadora do Coletivo AfroTu, explica que o filho costuma sair com amigos também negros ou miscigenados e sofre por isso. “No shopping, eles foram comer e ficaram sendo perseguidos. Eu monitoro ele na rua o tempo todo. Pergunto se está voltando, se eu preciso buscar. Desde pequeno, oriento o que fazer caso seja parado pela polícia”.


Em Santos, o protesto está previsto para começar em frente a unidade da Avenida Conselheiro Nébias a partir das 10h30.


  Foto: Alexsander Ferraz/AT

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