O prefeito de São Vicente, Pedro Gouvêa (MDB), garantiu na terça-feira (30), para A Tribuna, que os salários dos 681 funcionários concursados da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) não serão modificados com a extinção da empresa e a passagem dos trabalhadores para a prefeitura. Também disse que os benefícios estão sendo negociados com o sindicato da categoria para que sejam mantidos dentro da possibilidade da administração municipal.
Segundo Gouvêa, o objetivo é justamente preservar os empregos, já que a empresa não tem mais condições de fazer contratos com a prefeitura.
O prefeito afirma, ainda, que a prefeitura tem condições financeiras de absorver os trabalhadores e que essa medida não vai fazer com que o gasto com pessoal supere o limite de 54% previsto em lei. A administração vai pagar a dívida de quase R$ 500 milhões durante o processo de liquidação da companhia.
Na segunda-feira, os vereadores de São Vicente foram pressionados por trabalhadores e adiaram para o dia 9 de maio a votação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 13/2019, enviado pelo prefeito, que autoriza a prefeitura a acabar com a Codesavi e cria um quadro especial em extinção para absorvê-los como celetistas. A proposta tramitou de forma relâmpago pela Casa e foi colocada para votação em menos de uma semana.
Como a administração municipal é acionista majoritária da Codesavi, com mais de 99% das ações, é necessário autorização legislativa para iniciar o processo de extinção. A empresa cuida da zeladoria da cidade, atuando na limpeza urbana, coleta seletiva, poda de árvores, conservação das unidades públicas, roçagem de vias, entre outros serviços.
O prefeito afirma que a prefeitura já é hoje a maior responsável pela Codesavi, seja em relação aos trabalhadores ou fornecedores. “Não estamos mudando absolutamente nada no sentido de passar uma nova responsabilidade para a prefeitura”.
Segundo Gouvêa, as dívidas da empresa impedem contratos com a prefeitura, porque a Codesavi tem certidões negativas. “Não fazendo novos contratos, não podemos continuar pagando a Codesavi. E o único contratante é a prefeitura”.
O chefe do Executivo explica que a pressa para aprovação do projeto tem motivo: está no fim o último contrato da administração com a empresa. “Sem contrato, não posso exigir que os trabalhadores continuem prestando serviço e não posso pagar a empresa. É exclusivamente para a garantia do emprego deles”.