Carrinhos elétricos para travessia na Ponte dos Barreiros não agradam a população

Os veículos são principalmente para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, grávidas, crianças e idosos

Por: Nathália de Alcantara  -  20/02/20  -  14:25
Enquanto a reforma da ponte não começa, os carrinhos são uma alternativa para ir de um lado a outro
Enquanto a reforma da ponte não começa, os carrinhos são uma alternativa para ir de um lado a outro   Foto: Matheus Tagé/ AT

Os quatro carrinhos elétricos oferecidos pela Prefeitura de São Vicente para a travessia da Ponte dos Barreiros não agradaram à população. Os veículos são destinados, principalmente, a pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, grávidas, crianças e idosos.


Os carrinhos são uma nova alternativa, enquanto o Município aguarda o término da análise dos documentos por parte da Caixa Econômica Federal para iniciar o processo de licitação, que definirá a empresa executora do projeto. A ponte está fechada desde novembro do ano passado.


ATribuna.com.br esteve no local às 16 horas da última quarta-feira (19) e viu apenas um carrinho funcionando. Cada um tem capacidade para cinco pessoas. Na fila, mais de 20 cidadãos aguardavam há, pelo menos, meia hora.


Na tentativa de vacinar a filha Cecília, de 10 meses, a dona de casa Josefa Silva, de 40 anos, saiu de casa, na Área Continental de São Vicente. “Estamos aqui esperando, em pé, embaixo do maior calor, porque é o único jeito”, queixa-se.


A dona de casa Andressa Dias, de 24 anos, passou pela ponte por ser o único recurso. Ela teve de levar o filho Pietro, de 4 anos, ao médico. “Ele está com sinusite forte. Estou esperando o carrinho por ser mais seguro para quem tem criança.”


Segundo ela, é comum quem tem filhos e usa a carrocela (transporte com pedal e cadeirinhas acopladas) ouvir gracinhas. “As pessoas querem que a gente segure a criança e ajude a pedalar.”


Andressa e Josefa só usaram o veículo por conta do conforto para os filhos
Andressa e Josefa só usaram o veículo por conta do conforto para os filhos

O aposentado José Antonio de Oliveira Neto, de 65 anos, estava indignado com a demora na espera pelo transporte. “Eu tenho uma prótese no joelho e uso bengala. Também já tive um infarto. Não posso andar e tenho de esperar em pé. Só que o transporte demora 40 minutos para nos atender.”


Com a pressão alta, dor na coluna e diabetes alterado, a dona de casa Genilda Santos, de 47 anos, aguardava sua vez para embarcar. “Fui fazer compras para uma vizinha cadeirante que não atravessa a ponte. Faço isso para ajudá-la, mas tenho minhas limitações.”


Resposta

Segundo a Prefeitura de São Vicente, os carrinhos são movidos a eletricidade. Usam-se dois equipamentos por período, das 7 às 13 e das 13 às 19 horas. "Desde o início da interdição da ponte, a prefeitura tem adotado medidas, visando minimizar os impactos à população que utiliza o equipamento diariamente", diz nota enviada à Redação.


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