Famílias que tiveram filhos mortos por latrocínio (roubo seguido de morte) se reuniram neste domingo (6), no Catiapoã, em São Vicente, num ato de arte e conscientização.
Eles acompanharam a pintura de um muro que retrata a memória de dois jovens: Luann Oshiro, que levou um tiro aos 18 anos no Gonzaga, em outubro de 2015, por causa de um celular, e Gabriel Aquino Muniz de Souza, que aos 19 foi assassinado a facadas por dois irmãos que roubaram celular, bicicleta e a mochila, em abril de 2017.
O muro escolhido foi justamente o ponto onde foi encontrado o corpo de Gabriel, na Avenida Martins Fontes, conhecida como Linha Amarela. Já a data remete ao mês da morte de Luann, explica o pai do jovem, Paulo Oshiro, que montou o projeto social Luann Vive.
“Todo mês de outubro a gente faz várias ações, porque dia 19 faz quatro anos e não queremos que lembrem do Luann com tristeza. Quero que as pessoas sejam conscientizadas de que receptação é crime e quais suas consequências”, contou o pai, apontando que por trás de um produto barato, alguém pode ter pagado com a vida, como no caso dos meninos.
A mãe de Gabriel, Rita Aquino Muniz de Souza, de 44 anos, professora, tem a mesma intenção.
“De deixar o lugar não tão triste, pois a dor a gente já carrega”, conta.
Daniel Drosh, o artista, conta ter escolhido cores fortes para atingir e fazer pensar. “Num lado tem uma mão suja de sangue entregando o celular e, do outro, a caricatura deles. Acho que quem olhar, vai entender”, diz o artista.