Zona Noroeste celebra 43 anos na rota do crescimento

Ao completar 43 anos, Zona Noroeste entra na mira de construtoras para integrar expansão imobiliária de Santos

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  25/08/19  -  20:40
Empreendimentos imobiliários verticais na Zona Noroeste se tornam cada vez mais frequentes
Empreendimentos imobiliários verticais na Zona Noroeste se tornam cada vez mais frequentes   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Do estigma de patinho feio à expectativa de ditar um novo ciclo de expansão imobiliária em Santos, a Zona Noroeste celebra hoje seu aniversário de 43 anos colhendo os frutos do que a Prefeitura classifica como o maior projeto de infraestrutura da história e, ainda, na mira das construtoras. Ao menos três grandes empresas já desenvolvem projetos imobiliários na região.


O interesse das corporações surge no momento em que a região – que hoje abriga 120 mil moradores – passa por uma mudança estrutural sem precedentes, com as obras do programa Nova Entrada de Santos. “O futuro de Santos passa pelo crescimento e desenvolvimento da Zona Noroeste”, afirma o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).


Incentivos


Melhorias nos acessos, remodelações viárias e solução para o antigo problema das enchentes são promessas para atrair novos moradores e empreendimentos.


Urbanistas e especialistas concordam. Afinal, mesmo com esses entraves ainda em processo de eliminação, residências verticais já mudam a paisagem do local. As primeiras torres foram entregues em 2016, em complexos habitacionais no Estradão.


Para o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi) em Santos, Carlos Meschini, o patamar daquela região pode mudar. “A Zona Noroeste já é um mercado bem atrativo e em crescimento. Tem espaço e área para crescer. Empresas como a Trisul, Rossi, Tenda e outras incorporadoras já estão lá e outras devem chegar após esse grande trabalho de infraestrutura. A região comporta esse produto (prédios), com muito a crescer”.


Outro otimista é o presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Ricardo Beschizza. “Obras de infraestrutura beneficiam a região e atraem investidores. Hoje, a Zona Noroeste entra em outro patamar e valorização”.


Obras


A Administração Municipal vem investindo em um amplo pacote de obras para a ZN. Apenas a parcela de intervenções da Prefeitura soma quase R$ 300 milhões. Além de solucionar o caos viário, os serviços na entrada da Cidade reduzirão os alagamentos nas avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima.


Hoje, os trabalhos para eliminar os semáforos no cruzamento dessas duas vias já ultrapassam a marca de 60% e se encaminham para a fase mais crítica, que exigirá interdição do trânsito para finalização do viaduto na Via Anchieta. 


Drenagem


Contudo, é embaixo do solo que o prefeito santista indica o maior ganho do pacote: a drenagem. Com quatro metros de largura por dois de altura, o novo canal subterrâneo da Martins Fontes ampliará o armazenamento e o escoamento de água.


Barbosa explica que todas as áreas que já receberam ou serão alvo de intervenções passaram por planejamento de drenagem.


Hoje, para as ruas ficarem cheias de água, nem é preciso chover. Basta a maré subir. O prefeito afirma que o problema será minimizado com as obras da Avenida Haroldo de Camargo, que terá novo sistema de drenagem, com comportas. “Estamos trocando a rede de tubulação, que tem mais de 80 anos, coisa que ninguém mexeu antes”.


Palafitas: um antigo desafio a ser superado


Em paralelo à expansão, a Zona Noroeste viu problemas como ocupações irregulares e crescimento desordenado contribuírem para o surgimento das palafitas, verdadeiras cicatrizes urbanas no Município dono do 6º melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do Brasil.


Santos é a terceira cidade no País com maior número de submoradias equilibradas sobre a maré, segundo o IBGE. Estima-se que 8 mil famílias vivam sem saneamento básico em áreas de manguezal na ZN. 


“O grande desafio que temos são as palafitas. Estamos construindo um conjunto habitacional com 1.120 unidades (no Tancredo Neves, em São Vicente) para atender a população dessa área”, afirma o prefeito Paulo Alexandre Barbosa. 


Outra ação nesse sentido foi a compra de um terreno ao lado do sambódromo para a construção de 800 unidades. Assim que ocorrerem as transferências dos moradores das palafitas, o Poder Público pretende extinguir essas áreas.


Um exemplo disso já está em curso: a Avenida Beira Rio, que vai circundar o Rio São Jorge. Além de melhorar a mobilidade, o acesso evitará futuras invasões. “Será a mais bela avenida da Zona Noroeste. Trabalhamos para entregá-la em 2020”, continua Barbosa.


História


A ocupação de parte dos 16 bairros que formam a Zona Noroeste teve início na década de 1920, passando por uma intensificação três décadas depois – reflexo da escassez de lotes na região central e da orla. A contagem oficial e a data de comemoração do aniversário da Zona Noroeste de Santos são simbólicas, com celebração sempre no último domingo de agosto, devido à Lei Municipal 4.047, de 1976.


Celebração


Neste domingo (25), às 19h, uma missa será celebrada em homenagem à Zona Noroeste, na Igreja Santa Margarida Maria (Praça Júlio Dantas, 45, Santa Maria). Já no próximo sábado (31), às 9h, haverá desfile cívico-militar na Avenida Afonso Schmidt e, na sequência, a entrega das obras do Camelódromo, na Praça Bruno Barbosa, no Castelo.


Logo A Tribuna
Newsletter