Uma semana contra o preconceito

Palestras, workshops e outras atividades sobre diversidade sexual pretendem combater a discriminação sobre o público LGBT

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  20/09/19  -  13:49
Taiane Miyake é coordenadora da Comissão Municipal de Diversidade Sexual de Santos
Taiane Miyake é coordenadora da Comissão Municipal de Diversidade Sexual de Santos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Violência e preconceito serão estarão no centro do debate na 8ª Semana da Diversidade Sexual, em Santos, semana que vem. No dia 29, haverá o encerramento com a 2ª Parada do Orgulho LGBT. A expectativa é reunir cerca de 6 mil pessoas nas ruas do Centro.


“Precisamos dar visibilidade a este segmento que ainda é visto como uma minoria social”, diz a coordenadora executiva da Comissão Municipal de Diversidade Sexual, Taiane Miyake.


Segundo ela, já houve avanços nos últimos anos. Desde 2015, há atendimento especial no ambulatório de saúde integral para travestis e transsexuais, no Hospital Guilherme Álvaro. 


Na mesmo época, em Santos, houve a criação de uma lei de respeito ao nome social. “Tivemos outros avanços nacionais como a retificação de nome feita em cartório, sem muita burocracia, e este ano, a lei de LGBTfobia, que passa a equiparar a discriminação a essas pessoas como racismo”.


Outras batalhas


Mas ainda existem muitas barreiras a serem ultrapassadas. Uma delas é a batalha para a construção de uma casa de acolhimento na Cidade, evitando, por exemplo, que quem não tenha um local para morar acabe indo para as ruas. O projeto está pronto, mas faltam recursos.


“A gente precisa de uma casa que tenha estrutura multidisciplinar, com psicólogo, assistente social, oferecendo um direcionamento para que para essa pessoa LGBT, para que não caia na prostituição”.


Por isso, a ideia também inclui inserir essas pessoas no mercado de trabalho. “Levando cursos para requalificá-las. Para que a vida delas não fique restrita a salão de beleza e prostituição, principalmente para público travesti, mulheres transsexuais e homens trans”.


Violência


Taiane reforça que o preconceito e a violência têm saído do armário com a onda de conservadorismo que vem ganhando espaço na sociedade. A expectativa de vida desse público, por exemplo, é de 35 anos de idade no País – menos da metade de uma pessoa heterossexual.


Ela faz parte de um movimento chamado Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra) e todos os dias a entidade recebe subnotificação de violência. “A cada 19 horas uma pessoa LGBT é morta. O Brasil é a nação que mais mata pessoas LGBTs no mundo”.


Segundo ela, o mapa de violência mostra que na região Centro Oeste a situação está pior. “Isso é que a gente recebe e são assassinatos com requintes de crueldade. É bem característico de crime de ódio. Ela cometeu o crime de ser travesti, de ser trans no Brasil”.


A denúncia ainda é o melhor caminho para combater a criminalidade. “É possível ligar para o Disque 100. Também dá para ir pessoalmente à Seção de Apoio à Diversidade Sexual da Prefeitura (Rua XV de Novembro, 183) ou à Comissão de Diversidade da OAB (Praça José Bonifácio, 55). É importante ter provas, como prints de conversas, áudios de WhatsApp ou testemunhas”.


Programação:


Segunda-feira 
Horário:
18h30
Painel: Adoção Homoafetiva com promotor de Justiça de Santos, Carlos Alberto Carmello Jr
Local: Câmara Municipal de Santos (Praça Teneten Mauro Bstista de Miranda, Vila Nova)

Terça-feira
Horário:
18h30
Roda de conversa: Acolhimento de mães, pais e população LGBT
Local: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)

Quarta-feira
Horário:
16h
Oficina: Ateliê aberto de costura (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)

Horário: 18h30
Oficina: Juventude, relações na escola e enfrentamento da LGBTfobia
Local: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)

Quinta-feira
Horário:
16h
Oficina: Ateliê de costura

Horário: 18h30
Painel: Visibilidade trans: inclusão e cidadania
Local das atividades: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)

Dia 27/9
Horário: 16h
Oficina: Ateliê de costura
Horário: 18h
Atividade: curso de Drag Queen

Horário: 18h30
Documentário: Meu corpo político - 2017
Local das atividades: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)


Dia 28/9
Horário: 10h
Atividade:
curso de Drag Queen
Local: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)

Horário: 14h30
Atividade:
Orientação Jurídica
Local: Museu de Imagem e do Som (Av. Pinheiro machado, 48)

Horário: 14h30
Palestra e apresentação de livro:
Barebacking Sex: a roleta russa da Aids
Local: Museu de Imagem e do Som (Av. Pinheiro machado, 48)

Horário: 16h30
Palestra:
Saúde sexual e reprodutiva - interesse de quem?
Local: Museu de Imagem e do Som (Av. Pinheiro machado, 48)

Horário: 17h30
Atividade: Personal Drag Queen - aula de performance
Local: Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida)


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