Um olhar por Santos nos idos de 1940

Exposição de Ismael Alberto de Souza está disponível na internet

Por: Da Redação  -  27/06/20  -  18:05
Boa parte da exposição de Ismael Alberto de Souza explora o mar e suas atividades, como as barcas
Boa parte da exposição de Ismael Alberto de Souza explora o mar e suas atividades, como as barcas   Foto: Ismael Alberto de Souza/Divulgação

Nos anos 1940, o fotógrafo amador carioca Ismael Alberto de Souza (1902 – 1973) registrou paisagens e trabalhadores de Santos e região. Apesar de fluminense, ele passou a maior parte da vida em Santos. Agora, essas obras ganham um espaço temporário: as galerias Carcará e Mapa.


A exposição virtual está disponível ao público no site. Até o dia 31 de julho, será possível conhecer um pouco do trabalho de Ismael e se surpreender com uma região completamente diferente da atual.


O neto de Ismael, também fotógrafo, Mario Martins Fontes, revela: “Ele caminhava pelas manhãs ensolaradas, logo nos primeiros instantes do amanhecer, em busca da luz suave e ainda deitada, para compor suas cenas. Tinha um andar manso de quem observava sem ser visto e, com sua calma e docilidade, fotografava diariamente o cotidiano daquela pacata cidade”.


Carioca de nascimento, Ismael passou grande parte da vida em Santos
Carioca de nascimento, Ismael passou grande parte da vida em Santos   Foto: Ismael Alberto de Souza/Divulgação

O trabalho de Ismael tem uma marca registrada: a estética pictorialista. O estilo que se aproxima da visualidade figurativa exibida nas pinturas clássicas dos salões de Belas Artes sempre esteve presente nos ensaios do fotógrafo na Baixada Santista. 


Essa aproximação é percebida não apenas pela escolha dos temas – naturezas-mortas, paisagens – mas também pela preocupação do fotógrafo com o equilíbrio entre os principais elementos da composição da imagem – linhas, formas, luz, sombra.


Trabalhadores


Outro tema também muito explorado por Ismael em suas andanças foi o cotidiano de trabalhadores braçais. O fotógrafo realizava todas as etapas da produção das fotografias, como a revelação, ampliação e o tratamento, quando alguns recursos pictóricos eram aplicados na imagem já revelada, tornando-a mais romântica e bucólica.


Trabalhava com diferentes papéis e confeccionava seu próprio passe-partout, escrevendo os títulos nas molduras e inscrevendo-as em concursos e salões nacionais e internacionais.


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