As obras na entrada de Santos ainda não foram concluídas, mas já impactam na vida dos moradores da Zona Noroeste (ZN). As intervenções de mobilidade urbana, drenagem e urbanismo valorizam a região e aquecem o mercado imobiliário. Sinal disso é o aumento da procura por terrenos na região, com estimativas que vão de 15% a 30%.
O prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) informa que os trabalhos estão dentro do cronograma e acabam de entrar na última fase, com os serviços de pavimentação, drenagem e contenção dos morros. A previsão é entregar o projeto concluído no fim de 2020.
“Vamos transformar a Zona Noroeste. A partir dessa obra, teremos uma infraestrutura adequada. As ações são aguardadas há mais de 50 anos. Logicamente a Zona Noroeste será valorizada, o que será importante para o mercado imobiliário e, principalmente, para as pessoas, que vão poder viver num lugar melhor”.
Expansão
O delegado regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), Carlos Ferreira, fala em aumento de 15% na procura por terrenos e imóveis na região. Porém, ele prefere esperar a conclusão das obras para melhor avaliação. “Os habitantes desse local terão seus imóveis supervalorizados”, afirma.
De acordo com Ferreira, além de todas as melhorias que a nova entrada de Santos vai gerar à ZN, outras ações já realizadas se somam ao pacote de benefícios na área. Ele cita entre os exemplos escolas municipais, Restaurante Bom Prato, Arena Olímpica, policlínicas recém-inauguradas, Biblioteca Municipal, Centro Cultural e Esportivo, Centro do Comércio, melhorias no Jardim Botânico e malha cicloviária.
Bolas da vez
O diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Carlos Meschini, afirma que a “Ponta da Praia e a Zona Noroeste serão as bolas da vez em 2020”. Segundo ele, muito disso tem a ver com as estruturas em processo de construção no entorno dessas regiões.
“O impacto [das obras] é positivo. Vai valorizar bastante toda parte de urbanismo, logística e infraestrutura, que é fundamental. O que acompanhei [das atividades] via Prefeitura, sobre a drenagem, vai beneficiar [a ZN], porque aquela região alaga bastante e, com essa obra, provavelmente não alagará mais”.
Meschini, no entanto, ressalta que a ZN tem fatores positivos em relação a outras áreas santistas. “Custo melhor, zoneamento melhor e melhor condição de construção”.
Para o diretor, inevitavelmente, a procura por terrenos na área irá crescer. “As opções de muitas casas vão diminuir e aqueles terrenos grandes serão mais procurados. Provavelmente devam vir construtoras para erguer moradias na região. Acredito que neste ano já deva ter algo de incorporadoras com lançamentos para a região”, estima.
Viadutos
A arquiteta e urbanista Thamyris Albuquerque acredita que os viadutos da nova entrada de Santos, que vão ligar a Via Anchieta à ZN e interligar a Avenida Martins Fontes à Avenida Nossa Senhora de Fátima, valorizarão e beneficiarão a vida de muitos.
Apesar de admitir que, “esteticamente, ninguém gosta de viaduto, porque causa uma poluição visual” pelo volume de concreto, ela pondera que o traçado deles não passará por tantas residências e empresas.
Alerta
Thamyris só faz uma ressalva, que, segundo ela, sempre é tema entre os arquitetos: as submoradias que podem vir a surgir sob o teto das estruturas.
O prefeito de Santos destaca que esse assunto é uma grande preocupação. “A Prefeitura fez uma proposta de urbanização [à Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, responsável pelas intervenções nas estradas] para a parte abaixo do viaduto contar com equipamentos esportivos, culturais e de lazer. Ela está sob apreciação”.
De acordo com o gestor, o viaduto onde há mais espaço e condições para o projeto ocorrer é próximo ao bairro Piratininga. “A prefeitura fez um belo projeto de urbanização com quadras poliesportivas, justamente para ter uma utilização adequada desses espaços”.
Nas outras áreas por onde a estrutura de concreto passa, Barbosa diz que a administração municipal orientou a Ecovias a “tomar todas as medidas de segurança evitando espaços que possam ser ocupados de forma inadequada”.