O verão encerrado na semana passada não foi apenas o que registrou o maior volume de chuvas nos últimos cinco anos em Santos. Foi também o que deixou profundas marcas na vegetação urbana. Os vendavais dos três primeiros meses foram responsáveis por arrancar 52 árvores na Cidade, ou 71,25% do total tombado ao longo de 2018 – foram 73. Os dados são da Defesa Civil santista.
Quase a totalidade dos chamados para ocorrências envolvendo a queda este ano se deu após temporais de verão. No período, segundo o órgão estadual, Santos teve 53 dias com chuvas.
Com isso, a Cidade registrou o acumulado de 1.268,6 milímetros de chuva (cada milímetro equivale a um litro de água numa área de um metro quadrado). Trata-se de um desvio de 96% da média histórica para o período – 646,6 mm entre janeiro e março.
“Fevereiro contribuiu para essa marca, sendo o mais chuvoso nos últimos 27 anos”, afirma o climatologista Rodolfo Bonafim.
A Secretaria de Meio Ambiente de Santos estima existir cerca de 36 mil árvores espalhadas nas vias públicas. A pasta retomou no ano passado projeto de mapeamento da vegetação urbana santista, previsto numa lei de 2016. Ao menos 80% já foram identificadas, com o estado de saúde do vegetal.
Replantio
Em setembro passado, a Prefeitura revelou plano de plantar mais três mil mudas até 2020. O número foi acrescido de mais 4,7 mil após o corte de 79 palmeiras reais na Avenida Martins Fontes.
As espécies trazidas das Antilhas, no Caribe, foram retiradas para função das obras à melhoria no acesso viário na entrada da Cidade pela Via Anchieta. A medida tem custo estimado de R$ 1,2 milhão.
Na ocasião, a Administração santista afirmou que a retirada da vegetação teve licenciamento aprovado por órgãos ambientais. Como compensação, espécies removidas seriam substituídas por árvores nativas, na proporção de 10 para uma.
Segundo a Prefeitura, 1.116mudas já foram plantadas nas encostas dos morros do Monte Serrat e do Saboó.
Em nota, informa que os trabalhos de compensação das palmeiras são previstos para o fim do 1º semestre de 2019, “quando as condições para plantio se tornam mais adequadas”. Essa etapa deve levar cerca de 180 dias. Os bairros da Zona Noroeste terão preferência.