Sociedade civil organizada se reúne para pensar cidade a longo prazo

Projeto foi abordado em debate na Associação Comercial de Santos (ACS), e foi eleito o melhor do País

Por: Matheus Müller  -  07/12/18  -  12:18
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Como será Santos em 2038? Qual cidade queremos? As questões propostas pelo ex-prefeito de Maringá (PR), Silvio Barros, estimularam os membros da sociedade civil organizada, nesta quinta-feira (6), na Associação Comercial de Santos (ACS), a pensar 'fora da caixa' e a longo prazo. “Quem não sabe para onde está indo não vai chegar”, disse.


O evento 'O Futuro da Minha Cidade', apresentado a entidades, associações e empresários, abordou um projeto idealizado no município paranaense, eleito pela revista Exame, por dois anos, o melhor do País. “Plantamos há 20 anos e estamos colhendo agora”, comemorou o palestrante.


O trabalho realizado em Maringá é o que se propõe fazer em Santos: criar um conselho de desenvolvimento econômico para pensar a Cidade nas próximas duas décadas. O processo é baseado na iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com o Sesi Nacional e conta com patrocínio da Caixa Econômica Federal.


“Queremos reunir a maior quantidade possível de associações e órgãos para que possamos implementar o conselho. O objetivo principal é a geração de renda, emprego e desenvolvimento”, disse o diretor Financeiro da ACS, André Canoilas.


Durante o discurso, ele destacou que o movimento não é político. Posição compartilhada por Barros. A justificativa é simples. Os projetos pensados e propostos pelo grupo formado pela sociedade civil não terão vínculo com a candidatos e partidos, mas com a Cidade.


“Em 20 anos, um município passa por cinco eleições. É importante que os projetos sejam protegidos e blindados contra a alternância ideológica e política. Por isso não pode ser feito sob gestão e carimbo da Prefeitura”, disse o ex-prefeito de Maringá.


Barros explica que na cidade paranaense eles adotaram a seguinte metodologia: “O planejamento é elaborado e apresentado aos candidatos a prefeito (antes das eleições) para saber se estão dispostos a assumir e incorporar (ao plano de governo) os projetos. Isso protege contra a descontinuidade”.


Convite


Apesar de ainda não existir um conselho, ao final das palestras, os espectadores foram convidados a assinar um formulário para participar do grupo, sob a seguinte orientação: “Quem é apaixonado pela Cidade pode colocar seu nome e contato. A ACS vai ligar”.


Para Gustavo Zagatto Fernandez, presidente da Associação Empresários Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), o evento foi a primeira “sementinha” e o desafio será grande.


“Não sabemos como vai germinar, por Santos ter características únicas. É um lugar muito politizado, com tradição não ter grandes transformações. Espero que entendam que isso é para o bem da Cidade”, afirma Fernandez.


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