Senai de Santos recupera quatro respiradores no combate à Covid-19
A iniciativa faz parte de uma rede voluntária para reforçar número de equipamentos para hospitais paulistas
Em meio à escalada no preço e falta de equipamentos no mercado global, uma ação realizada nas unidades do Senai da Baixada Santista pode salvar vidas na luta contra a Covid-19. O centro de formação profissional santista para a indústria encampou o mutirão nacional de recuperação de respiradores mecânicos. E o resultado já possibilitou a abertura de quatro leitos Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da região.
Esses aparelhos auxiliam os pacientes internados nessas alas em tratamento para Covid-19. Ao menos quatro ventiladores mecânicos já foram recuperados por meio da iniciativa, sendo responsável pela abertura de vagas no Hospital Municipal de Cubatão (três peças) e no Guilherme Álvaro (uma).
“É a contribuição do Senai e da indústria no combate à Covid-19”, explica o professor Daniel Divino Rodrigues da Silva. Ele é o responsável por identificar os aparelhos regionais com defeito e encaminhar para a manutenção.
A recuperação dos respiradores está concentrada na Escola SENAI Mariano Ferraz, localizada na cidade de São Paulo, que é especializada na Manutenção de Equipamentos Biomédicos. “As intervenções são realizadas por profissionais da escola, que são especializados na manutenção destes equipamentos”, continua o docente.
Segundo ele, os municípios de Cubatão, Santos e São Vicente estão incluídos na rede voluntária, composta por várias empresas e parceiros do setor industrial, que tem o objetivo de realizar a manutenção de respiradores que estão sem uso.
Levantamento feito por ATribuna.com.br, em abril, identificou que 33 dos 823 ventiladores mecânicos locais, até aquela data, estavam parados por problemas técnicos. Desde então, as cidades da região receberam novos aparelhos, encaminhados pelo governo do Estado.
Silva explica que o tempo de reparo dos aparelhos é variável. “Há equipamentos que são recuperados rapidamente. Outros dependem da disponibilidade de peças no mercado. Em algumas situações, na manutenção de equipamentos antigos - sem disponibilidade dos componentes -, a unidade conseguiu recuperar peças danificadas, graças à sua expertise nas áreas de eletrônica e mecânica de precisão”, afirma.
Ao todo, a iniciativa da indústria paulista foi responsável pela recuperação de 120 respiradores, que já equipam complexos médicos no Estado. Outras 80 peças estão, atualmente, nas oficinas do centro de formação paulistano. “Na Baixada Santista, a escola Senai de Santos tem realizado o mapeamento das necessidades regionais e apoiado na logística de transporte desses equipamentos para a unidade de São Paulo”, finaliza Silva.
