Santos terá autotestes para detecção de HIV na rede pública a partir de janeiro

Eles serão distribuídos em unidades de saúde que executam o teste rápido de HIV e para populações chave

Por: Gustavo T. de Miranda & Da Redação &  -  02/12/18  -  09:44
  Foto: Nirley Sena/AT

Santos é uma das cidades escolhidas pelo Ministério da Saúde para, a partir de 2019, implantar a distribuição de autotestes para a detecção do vírus HIV na rede pública. A novidade estará disponível a partir de janeiro, no Sistema Único de Saúde (SUS).


A informação foi anunciada pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e confirmada pela chefe da Coordenadoria de Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Saúde de Santos, Regina Lacerda. Além da Cidade, integrarão o projeto piloto a capital do Estado, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo.


Também testarão a medida o Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG).


Ainda não se sabe a quantidade de autotestes que Santos receberá. O que o Ministério confirma é que serão disponibilizadas 400 mil unidades do teste. Eles serão distribuídos em unidades de saúde que executam o teste rápido de HIV e para populações chave, como trabalhadores do sexo, pessoas LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e trans).


Em Santos, os testes rápidos já são oferecidos em seis unidades básicas de saúde, as policlínicas dos bairros Caruara, Piratininga, Vila Nova, Gonzaga, Morro da Penha e Porto. Com isso, a expectativa é começar o ano podendo fazer o autoteste sem, necessariamente, precisar passar pelos centros de testagem tradicionais, como o Centro de Referência e Tratamento Santos (Rua Silva Jardim, 94, Vila Mathias).


Indetectáveis


A filosofia do projeto piloto é simples: a detecção do vírus impacta no início precoce do tratamento — quando o paciente é tratado com medicamentos antirretrovirais, a meta é chegar a cargas virais indetectáveis, pois, nestes casos, a pessoa não transmite o vírus.


Regina Lacerda explica que o autoteste de HIV já é vendido nas farmácias privadas do País, com preços que variam entre R$ 70,00 e R$ 90,00. No entanto, os resultados não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo. “Em caso de resultado positivo, o Ministério da Saúde orienta que o usuário busque o serviço de saúde para testes complementares”, explica.


Nas caixas de autoteste de HIV que serão distribuídas pelo SUS, haverá um número 0800 do fabricante para tirar dúvidas e dar orientações aos usuários. Este serviço funcionará 24 horas e sete dias por semana. Além disso, o usuário pode tirar dúvidas pelo Disque Saúde 136 e no site www.aids.gov.br/autoteste.


ONGs


A Prefeitura já decidiu que deverá disponibilizar algumas unidades desses autotestes também em ONGs parceiras, como o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Baixada Santista, o Gapa. “Ainda estamos buscando outros. O importante é conseguir levar orientação para todos”, explica a chefe da Coordenadoria de Doenças Infectocontagiosas da Secretaria de Saúde de Santos, Regina Lacerda. Apesar de importante, o autoteste não impede que as pessoas procurem os centros municipais de testagem.


Para Regina, os equipamentos municipais ainda são mais preparados para atender pessoas que recebem o diagnóstico de positivo para o HIV. “Aqui, contamos com um apoio multidisciplinar, que envolve nutricionista, psicólogo, dentista, infectologista, assistente social. É toda uma equipe que auxilia nesse encaminhamento”.


Logo A Tribuna
Newsletter