Santos realizará nova pesquisa sobre o retorno às aulas presenciais

Pais e professores já podem responder ao questionário no site da Prefeitura

Por: Tatiane Calixto  -  11/09/20  -  09:18
Conforme decreto, poderão ser oferecidas atividades de reforço, culturais e de recuperação
Conforme decreto, poderão ser oferecidas atividades de reforço, culturais e de recuperação   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Prefeitura de Santos realizará uma nova pesquisa para saber a opinião dos pais e professores sobre a retomada das atividades presenciais nas escolas. Desta vez, as redes estadual e privada também terão que ouvir a comunidade escolar. Os questionários servirão de base para autorização ou não da volta de atividades nas salas de aula do Município. A informação foi publicada nesta quinta-feira (10), no Diário Oficial, que também trouxe regras para esse retorno nas três redes de ensino.


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Na primeira fase, os colégios poderão reabrir para práticas extracurriculares destinadas a até 20% dos alunos matriculados por turma. No caso da Educação de Jovens e Adultos (EJA), as unidades poderão considerar o número total de matriculados.


Conforme o documento, poderão ser oferecidas atividades de reforço, recuperação, esportivas e culturais, além de acolhimento emocional, orientação de estudos, plantão de dúvidas e avaliações diagnósticas.


Caso as comunidades escolares aprovem, as escolas também poderão reabrir para oferecer estrutura de tecnologia para estudantes que não têm equipamentos para acompanhar as atividades escolares remotas.


Essas normas seguem orientação do Governo do Estado que passaram a valer no último dia 8 para municípios que estão na fase amarela do Plano São Paulo há mais de 28 dias, como é o caso de Santos. Porém, a regulamentação cabe a cada um dos prefeitos paulistas.


Termo


Para essa abertura, no entanto, as escolas de Santos também terão que celebrar termo de compromisso com a Prefeitura, além de adotar protocolos sanitários.


Cumprindo essas exigências, a Secretaria Municipal de Educação analisará cada caso e publicará no Diário Oficial as escolas autorizadas a voltarem com as atividades previstas.


Para aquelas que não cumprirem as regras, haverá penalidades que podem ser advertência, multa ou embargos de atividades, conforme a reincidência.


Volta às aulas


O questionário que deve ser respondido pelos pais e professores também trará perguntas sobre a retomada gradual das aulas presenciais. Conforme o Plano São Paulo, esse retorno está previsto para 7 de outubro, caso todo o Estado de São Paulo esteja na Fase 3: 80% das regiões precisarão estar há 28 dias nessa fase e, o restante, ao menos 14.


A volta será em esquema de rodízio de alunos. Na primeira, somente 35% dos alunos de cada classe poderão frequentar as escolas a cada dia. O restante assistirá aulas de forma remota. Na segunda fase, até 70% e, na terceira, 100%.


“Como não há tempo hábil para fazermos duas pesquisas, as duas questões deverão ser respondidas: sobre o retorno para atividades de reforço e acolhimento agora e sobre a retomada gradual das aulas presenciais em outubro”, explicou a secretária de Educação de Santos, Cristina Barletta.


Ela frisa que as regras valem também para as escolas privadas e estaduais e, por isso, essas redes também terão que escutar suas comunidades escolares.


“Em Santos, nós fizemos uma pesquisa com os pais em agosto e mais de 80% se mostraram contra o retorno ainda este ano. Porém, isso foi em agosto, quando tínhamos um outro cenário”. Barletta afirma que a situação da pandemia melhorou na cidade e, assim, os responsáveis serão ouvidos novamente.
“Agora, teremos que aguardar o resultado dos questionários e dos indicadores da pandemia. Afinal, isso que decidirá o retorno”, disse.


A retomada das aulas é um ponto que ainda não está definido pelo Governo do Estado. Para que a volta às escolas ocorra, de acordo com o Plano São Paulo, é preciso que 85% das cidades fiquem na fase amarela por pelo menos duas semanas e que todos os municípios permaneçam nessa fase por mais 15 dias.


Governo do Estado ainda não definiu retorno


O alerta é do secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, que esteve ontem em Santos ao lado de outros secretários paulistas e da primeira-dama do Estado, Bia Doria. “Enquanto não tivermos isso (cumprimento da lista de exigências traçadas pelo Plano São Paulo, a gente nem vai discutir a retomada”.


Segundo ele, após atingir esse patamar, as prefeituras decidirão como ficará o calendário escolar. “Nós daremos a possibilidade segura desse recomeço. Através de testagem, com o inquérito sorológico, para saber quantas daquelas crianças e funcionários já tiveram covid-19. Também faremos o PCR (teste do cotonete), identificando pessoas sem sintomas de doença, principalmente nas regiões onde ocorreu aumento no número de casos”.


Haverá ainda regras sanitárias que estão sendo estabelecidas como o distanciamento entre pessoas para evitar aglomerações, disponibilidade de álcool em gel, máscaras e também aferição de temperatura para quem estiver ingressando nas escolas.


Para sindicato, escola é insegura agora


"A escola não é um espaço seguro neste momento de pandemia”. A afirmação é de uma das diretoras do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv), Teresa Cristina Borges.


Ela explica que em agosto, em uma assembleia virtual, os servidores já haviam se posicionado contra o retorno de atividades presenciais sem uma vacina contra a covid-19.


“Assim como as crianças podem ser vetores do vírus, nós professores e funcionários, também podemos ser e adoecer. Estamos próximos do fim do ano. É um momento de aprimorar as ferramentas de ensino remoto e encontrar formas de ajudar o aluno que não está participando, não te voltar para as salas de aula”, ressalta Teresa.


Segurança


Ela ainda questiona se o Município tem equipamentos de segurança, deu treinamento aos profissionais de limpeza e disponibilizará material sanitizantes como forma assegurar a saúde de todos. “Não é o momento de voltar”.


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