Santos quer acelerar entrega de 598 moradias a vítimas de tragédia nos morros

Até o momento, prefeitura contabiliza 275 famílias desabrigadas. Governo pede adiantamento de repasses ao estado e União

Por: Matheus Müller  -  10/03/20  -  23:35
Prefeito de Santos esteve em escola que recebe desabrigados dos deslizamentos nos morros
Prefeito de Santos esteve em escola que recebe desabrigados dos deslizamentos nos morros   Foto: Carlos Nogueira/AT

A Prefeitura de Santos pretende antecipar repasses do estado e da União para adiantar a conclusão, até o fim do ano, de 598 unidades de moradias populares. Segundo o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), os imóveis serão entregues prioritariamente à população dos morros em situação de risco. A medida, por exemplo, equacionaria a questão das vítimas da última tragédia, que deixou 275 famílias desabrigadas, 804 pessoas.


De acordo com Barbosa, serão necessários mais R$ 17 milhões do Governo Federal para que a construtora do Conjunto Tancredo Neves 3, que terá 1.120 unidades, antecipe 400 imóveis.


“Já mandei os dados para o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Falei com ele no sábado, expus o projeto e mandei toda a documentação. Pedi para o incremento do orçamento. Se liberar o recurso, a empresa garante a entrega de, no mínimo, 400 unidades”. A obra é uma parceria entre estado, município e União.


O prefeito explica que a situação é semelhante com as obras do conjunto construído pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) na Avenida Santista, no Morro da Nova Cintra. A finalização das 198 unidades depende da antecipação de um repasse por parte do Governo do Estado – até o fechamento desta edição o valor não foi indicado.


Obras


O Estado já anunciou os R$ 15 milhões para a cidade, mas o prefeito garantiu que o dinheiro será usado exclusivamente para situações emergenciais relacionadas aos danos causados pelas chuvas. Essas ações, segundo ele, vão ajudar a estancar o problema, mas não resolvê-los.


“O Governo do Estado pediu até amanhã [terça] para definir a secretaria que vai fazer a liberação de recursos e já vamos fazer o encaminhamento dos projetos e começar as obras. Essa semana as obras começam. Seja com o dinheiro do estado, do município ou da iniciativa privada. Não podemos perder tempo”.


Barbosa explica que são obras emergenciais, como contenções, muros de arrimo, desobstrução de vias, serviços necessários para que a rotina nos morros seja retomada.


275 famílias estão desabrigadas após temporal que castigou a cidade
275 famílias estão desabrigadas após temporal que castigou a cidade   Foto: Carlos Nogueira/AT

Auxílio


O prefeito informa que as famílias vítimas desta tragédia, que estão cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), receberão um auxílio-aluguel de R$ 600, sendo R$ 300 do município e outros R$ 300 do estado, que também pagará R$ 1 mil – esse valor em uma só parcela. O benefício terá duração de 12 meses.


Barbosa ressalta que os imóveis em áreas de risco continuam a ser avaliados. Ele ressalta que, caso a pessoa se sinta insegura, esta deve sair de casa e procurar o Cras e, depois, ligar para a Defesa Civil (199) para uma observação da área. Ele garantiu que ninguém ficará desamparado, caso tenha que deixar a moradia. 


Doações


O secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Alberto Mota, explica que as doações de alimentos não perecíveis, água e itens de higiene pessoal devem ser entregues no Fundo Social de Solidariedade (FSS), que fará a redistribuição nos prédios da prefeitura que servem como abrigo. O FSS fica na Avenida Conselheiro Nébias, 388, na Encruzilhada. O telefone é 3222-8050.


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