Santos deve entregar primeira versão do plano de flexibilização em uma semana

Prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) espera aprimorar o texto com empresários, que cobram ação do Poder Público para preservar negócios e postos de trabalho

Por: Eduardo Brandão  -  15/05/20  -  22:35
Cidades como Santos optaram por manter fechados setores do comércio; já outras flexibilizaram regras
Cidades como Santos optaram por manter fechados setores do comércio; já outras flexibilizaram regras   Foto: Matheus Tagé/AT

O prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) espera finalizar em até sete dias o esboço inicial do plano de retomada da economia santista, impactada com o avanço da Covid-19. O prazo foi estimado no começo da tarde desta sexta-feira (15), após empresários e comerciantes da cidade cobrarem um suporte do Poder Público para a manutenção dos negócios e postos de trabalhos. 


Conforme explica Barbosa, o planejamento está sob análise pela equipe econômica santista desde o final de abril. E levará em consideração o comportamento da população e dos indicadores de saúde na Cidade. “A primeira versão desse plano será apresentada até o final da próxima semana”. 


Após a conclusão do texto inicial, Barbosa pretende agendar encontros setoriais com empresários das diferentes áreas econômicas para aperfeiçoar o regramento santista. “Vamos discutir, aprimorar e implantar (em conjunto com o setor). Agora, quando isso vai ocorrer, dependerá de variáveis técnicas e não políticas”, afirma. 


Para a reabertura do comércio, o prefeito santista assegura que qualquer movimento nesse sentido respeitará a queda na curva de casos confirmados e de mortes por complicações do novo coronavírus. Também será levada em conta a capacidade da rede pública de saúde em atender pacientes. “Estamos abrindo novos leitos, e isso fará cair a taxa de ocupação, que será um dos fatores a determinar quando vamos flexibilizar a economia”. 


O chefe do Executivo se diz solidário ao temor dos empresários, que afirmam registrar prejuízos com a paralisação das atividades econômicas. “A Prefeitura é a primeira a querer a retomada do comércio. Sem vendas de produtos e serviços, a arrecadação despenca. No final do mês, a administração tem que arcar com a folha de pagamento de 12 mil servidores, além do gasto crescente com a saúde”. 


Contudo, Barbosa reconhece que ainda não é o momento de reativar o segmento sem que exista um planejamento estratégico de vigilância epidemiológica. “Cada dia em que a população fura as regras de isolamento social, é um dia a mais que se adia a retomada da economia”, diz. 


Pressão empresarial 


Em reportagem de A Tribuna, publicada nesta sexta-feira (15), representantes de entidades do comércio santista cobraram apoio da Prefeitura para a manutenções dos negócios. Eles afirmam que não foi adotada nenhuma ação efetiva que possa aliviar os custos das empresas, num período em que o faturamento despencou para zero. 


Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas Praia (CDLPraia), Nicolau Obeidi, já foram realizadas três reuniões com Barbosa, mas sem avanços. Ele afirma que a última, marcada para sexta-feira passada, foi cancelada. 


Já o presidente da CDL Centro, Camilo Rey Andújar, vê muitas empresas fechando por conta da pandemia. Ele avalia que a Prefeitura poderia aliviar cobranças e, assim, ajudar a manter lojas e empregos.  


Mesma visão tem o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco. Para ele, devido ao fechamento das empresas, o apoio do Poder Público se faz necessário para a sobrevivência destas, garantindo a manutenção de empregos e renda. 


Barbosa rebate, ao afirmar que a administração municipal concedeu benefícios fiscais ao setor, como adiamento de cobranças de dívidas e tributos municipais.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter