Santos dá início a teste contra raízes 'rebeldes' que quebram calçadas

Defletores direcionam o crescimento das árvores

Por: Da Redação  -  16/07/19  -  23:26
Treze árvores da Rua Paraná receberam as estruturas que direcionam as raízes para o fundo
Treze árvores da Rua Paraná receberam as estruturas que direcionam as raízes para o fundo   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Prefeitura de Santos começou nesta segunda-feira (15) um teste com a instalação de defletores, que são peças de concreto, em volta de raízes de árvores, para tentar evitar que elas cresçam para o alto e quebrem as calçadas. O projeto-piloto teve início com 13 árvores na Rua Paraná, entre as ruas Carvalho de Mendonça e Adolpho Assis, na Vila Mathias.


O local foi escolhido por concentrar muitas reclamações sobre o estado das árvores. A maioria delas já é adulta e está há muitos anos plantada nos locais. Para a colocação dos defletores, as calçadas estão sendo quebradas e as raízes podadas, assim como as copas – já que, com menos raízes, a sustentação delas fica comprometida, por isso precisam ficar mais leves. Há, também, locais onde serão plantadas novas mudas.


Após o término dos serviços, que devem durar dois meses, começa um longo processo de monitoramento. Segundo a prefeitura, as árvores devem voltar a crescer em seis meses, mas o acompanhamento para verificar se os defletores cumpriram o papel e podem ser usados em outros locais vai de dois a quatro anos. Até lá, nenhum outro local receberá o material. 


Os trabalhos são feitos pela Secretaria de Serviços Públicos (Seserp). A secretária Fabiana Garcia explica que os conjuntos de defletores, 52 peças no total, foram encomendados pela secretaria, ao custo de aproximadamente R$ 7 mil. “O teste é numa quadra onde cada árvore tem uma situação diferente, são espécies muito antigas. A gente instala os defletores e refaz as calçadas”. 


Já a Secretaria de Meio Ambiente irá verificar se não houve danos aos vegetais - já que há uma poda bastante agressiva para que o processo seja concluído. Segundo a prefeitura, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria do Meio Ambiente de Santos, foi informado previamente sobre os testes. 


“É um teste de raiz e para ver se a árvore se regenera. O Departamento de Controle Ambiental vai monitorar copa e raiz. Vamos ver se os defletores são aplicáveis no restante da Cidade. Vamos monitorar anualmente. É um laboratório para observar a reação do vegetal”, diz o secretário de Meio Ambiente, Marcos Liborio. 


Inventor 


O paisagista de Santos Oswaldo Casasco é o inventor dos defletores e patenteou as peças. Segundo ele, trata-se de uma moldura em pé. 


“A ideia foi fazer um ângulo para que a raiz, ainda tenra, fosse sendo encaminhada para o fundo. Quando acabam os 20 centímetros de altura do defletor, ela continua o seu caminho, mas já está profunda e não destruirá a calçada”. 


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