Santa Casa estuda alugar parte da área do Escolástica Rosa

Objetivo é custear restauração do prédio

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  27/03/19  -  23:11
  Foto: Rogério Soares/AT

A Santa Casa de Santos avalia dar uso comercial a parte do terreno que abrigava a Etec Escolástica Rosa, no bairro Aparecida, para arcar com o restauro no imóvel principal – ainda sem previsão de valores. A instituição filantrópica aguarda a entrega das chaves do local para elaborar laudo técnico sobre o estado de conservação do patrimônio. O estudo vai identificar possíveis áreas a serem exploradas e definir o projeto de recuperação do histórico prédio.


A intenção de levantar recursos por meio de exploração comercial do local foi revelada com exclusividade para A Tribuna pelo diretor administrativo e financeiro da Santa Casa, Augusto Capodicasa. Ele explica que a área onde fica o imóvel principal ocupa cerca de 12% dos 17 mil metros quadrados do terreno.


“São cerca de 15 mil metros quadrados que podem ter outras atividades comerciais e, com isso, levantar recursos [para a reformado complexo]”,diz. De arquitetura neoclássica a barroca, a edificação foi projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, responsável pela construção do Teatro Municipal de São Paulo, Pinacoteca do Estado e Escola Politécnica da USP.


Não vai vender


Capodicasa afirma, contudo, que a instituição filantrópica descarta vender o espaço. “A visão da atual direção, que fica no cargo até janeiro de 2020, é que o imóvel é um patrimônio da cidade”. Ele revela que o local deve se tornar um centro educacional e cultural de portas abertas à sociedade.


No começo deste mês, os estudantes da escola técnica estadual foram transferidos para um imóvel na região central. A troca de endereços ocorreu após o Ministério Público do Trabalho (MPT) alegar falhas estruturais no centenário imóvel e exigir a desativação da unidade de ensino.


Segundo a Promotoria, as instalações apresentavam péssimas condições estruturais, que comprometiam a segurança de alunos e funcionários. Entre as irregularidades, o órgão destacava infiltração, parede descascada, grades enferrujadas, telhado cedendo e diversas áreas interditadas pela Defesa Civil. Em janeiro, o telhado de um galpão anexo ao edifício principal cedeu após a forte chuva. Ninguém se feriu.


Capodicasa sustenta que a instituição desconhece as reais condições de conservação do prédio. Alega que, passados quase três meses após o fim do contrato de locação, o Centro Paula Souza (CPS, órgão do Estado responsável pelas escolas técnicas paulistas) ainda não entregou as chaves.


“Há duas semanas, um oficial de Justiça designado pelo juiz foi na unidade e constatou que o imóvel ainda não foi desocupado. Parte por bens e equipamentos, parte por pessoas”, afirma o gestor.


Segundo ele, uma área hoje ocupada pela Faculdade de Tecnologia (Fatec) Rubens Lara segue ocupada – o espaço faz parte do contrato de locação do terreno, tendo que sair. O plano da instituição é se transferir para o imóvel na região central no próximo semestre.


A vistoria é fruto de uma ação judicial de despejo movida pela Santa Casa, em janeiro. A direção da Etec alega dificuldades logísticas para a desocupação da área. Capodicasa descarta ingressar com ação judicial cobrando o estado a reparação aos danos no espaço. Assegura que o aluguel, avaliado em R$ 166 mil, era pago regularmente. Em nota, o CPS informa que “os trâmites para formalizar a rescisão do contrato de aluguel do antigo prédio da Santa Casa de Santos estão em andamento”.


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