Uma reunião entre Prefeitura de Santos, Ibama e o vereador Marcos Libório (PSB) acontecerá nos próximos dias para discutir a regulamentação de pesca na cidade. A movimentação acontece após 24 raias de uma espécie ameaçada de extinção serem encontradas mortas na areia da praia, na manhã desta quinta-feira (28).
As raia-ticonha (Rhinoptera bonasus) foram achadas por fiscais do Instituto Gremar, que faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Eles faziam o patrulhamento de rotina.
Na noite anterior, um morador registrou uma pesca com rede de arrastão no mesmo local onde foram encontradas as raias mortas.
Para o vereador, que foi secretário de Meio Ambiente de Santos de 2017 a 2020, a situação é provavelmente uma consequência desse tipo de pesca, com rede de grande extensão.
“Aqueles animais foram descartados ou colocados de volta ao mar e já vieram machucados de alguma maneira. Esse tipo de pesca não é ilegal, mas meu questionamento é com as práticas. Uma rede de 800 metros é pesca artesanal? Estou pedindo uma reunião para discutirmos o assunto e a proibição do arrasto não está fora de questão”.
Ele explica que o descarte das raias, que não têm interesse comercial, é uma consequência da pesca de arrasto, mas não deve ser considerado algo normal.
“É preciso fiscalização de pesca em Santos e separar as coisas. Existe a pequena rede que é lançada, o picaré, que é algo histórico e cultural. Mas, no caso, estamos falando de pesca predatória em frente a uma baía que é muito delicada e está no limite”.
A agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, responsável pelo Ibama na região, confirma que haverá reunião para debater as regras atuais. Já a Perfeitura de Santos diz que essa regulamentação é de competência do Ibama.