Raio atinge casa com 12 pessoas e deixa vítimas com queimaduras graves em Santos; VÍDEO

Uma criança de 9 anos está na UTI da Santa Casa com queimaduras de terceiro grau. Todas as vítimas moravam no imóvel, que foi totalmente destruído

Por: Ágata Luz  -  10/02/21  -  11:20

Uma família levou um grande susto na última semana, no Morro Santa Maria, em Santos. Isso porque, durante a ventaniana noite da última quinta-feira (4), um raio atingiu a casa em que moravam 12 pessoas, destruiu o todo o imóvel e feriu as pessoas que lá estavam.


Uma criança de 9 anos ainda está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos com queimaduras de terceiro grau e a família pede ajuda por meio de doações.


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De acordo com o serralheiro Lucas Roberto Pacheco de Oliveira, de 27 anos, no momento do acidente não estava chovendo. "Estava apenas ventando, eu estava no quarto editando vídeo e meus filhos gêmeos de um ano estavam comigo", explica o homem que morava com a esposa, duas irmãs, cinco filhos e três sobrinhos na casa.


Segundo narrado por Lucas, há uma torre de energia perto da casa, que era alugada. "A última coisa que minha esposa enxergou foi um rastro de luz entrando em casa. Eu não vi, só percebi quando minha televisão e meu videogame desligaram, pra mim era só uma queda de energia. Depois, escutei um estouro na cozinha e comecei a ver uma fumaça branca", explicou.


Pessoas ficaram feridas por conta da ocorrência
Pessoas ficaram feridas por conta da ocorrência   Foto: Arquivo Pessoal/Lucas Roberto

"Um fio da torre bateu no outro, fez um 'rastro de luz' que pegou na minha filha, na porta da cozinha e começou a estourar as tomadas da casa. Quando saiu da minha filha, virou uma bola de fogo que batia em todo lugar", relata Lucas, a única pessoa que não se machucou com o raio.


Neste momento, ele viu toda sua família ficar sem enxergar. "Só eu não fui afetado. Todo mundo chorava e me dizia que não estava enxergando", relata. Apesar do desespero, o serralheiro se viu como única alternativa para salvar a família. "Pensei que primeiro tinha que achar o fogo, porque era uma fumaça que não dava para respirar".


Ao encontrar o foco do incêndio, Lucas tentou apagar como pode. "A bola de fogo estava na cozinha, eu estava tão desesperado que fui pegar água, não sabia que isso poderia piorar a situação", enfatizou. Em seguida, ele levou todas as pessoas para um único cômodo, onde não havia estourado nenhuma tomada. "Eu coloquei todo mundo para dentro do meu quarto, mas eu não vi que estava todo mundo queimado. Pra mim era uma queda de energia que tinha estourado as tomadas".


Ao jogar água no dijuntor, ele tirou todas os familiares de dentro do imóvel. "Nisso, o dono da casa apareceu e veio me dizer que queria vê-la. Eu pedi para ajudar minha família, mas ele não ligou e me fez ir com ele até lá".


"Ele viu a casa inteira, ligou para uma mulher e falou 'aconteceu tudo de novo, o raio entrou aqui dentro de novo, mas desta vez o pior não aconteceu'. Só depois que ele me questionou sobre minha família", relatou Lucas, que só encontrou seus familiares novamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, para onde eles foram levados com escolta policial enquanto o serralheiro mostrava a casa para o proprietário do imóvel.


Feridos


Pessoas ficaram feridas por conta da ocorrência
Pessoas ficaram feridas por conta da ocorrência   Foto: Arquivo Pessoal/Lucas Roberto

Sua esposa e suas irmãs, sendo que uma delas está grávida, tiveram ferimentos mais leves, com queimaduras de segundo grau. Já a filha, de 9 anos, recebeu a maior carga do raio e teve que ir com urgência para a UTI da Santa Casa. "Ela estava descalça, eu não entendo muito sobre isso, mas o médico disse que o raio saiu pelo braço dela e que ele não sabe como ela não perdeu o membro".


Agora, a criança aguarda ganhar cálcio para poder ter alta hospitalar. Em seguida, ela terá que fazerfisioterapia para recuperar o movimento da mão. "Os médicos estavam com medo da queimadura no pescoço atingir asartérias respiratórias. Se isso acontecesse, teria que intubar, mas graças a Deus não aconteceu".


Desabrigados


A família composta por 12 pessoas agora vive em um quarto onde mora a mãe de Lucas. "Não gosto de ficar de favor, nunca aconteceu isso, estou desesperado", relata o serralheiro. Segundo ele, o proprietário do imóvel que foi atingido não prestou nenhum tipo de auxílio nem sequer mencionou que outro acidente parecido havia ocorrido no local. Lucas afirmou que, no dia seguinte ao susto, ele estava cobrando o aluguel.


"Minha família foi queimada. Se ele falasse que entrava raio, eu não alugava. Vou procurar meus direitos, pois meus vizinhos me disseram que sabiam que isso ia acontecer porque já aconteceu uma vez", desabafa.


Doações


Após perder tudo, a família recebe doações de roupas, eletrodomésticos, dinheiro e comida naRua Constituição, 346, no bairro Paquetá, onde estão residindo provisoriamente. "Quero arrumar um lugar para alugar, mas eu sou o único que trabalha então fica tudo mais difícil", conclui Lucas.


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