Programa Vizinhança Solidária cresce 141% em Santos

Comunidade e PM mantêm contato em situações suspeitas ou que podem contribuir para a criminalidade

Por: Matheus Müller  -  19/01/20  -  21:06

Cresceu a participação dos santistas no Programa Vizinhança Solidária (PVS) da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Em janeiro de 2019 existiam 46 núcleos de moradores, hoje são 111 grupos em contato direto com os agentes de segurança, um aumento de 141%.


De acordo com o capitão da PM Antonio Marcos da Conceição, não há como mensurar a queda de crimes em decorrência do PVS – que tem o cidadão como um vigilante de atividades suspeitas. “Temos números que comprovam a queda de furtos e roubos, mas é difícil associar diretamente ao programa”.


Ao mesmo tempo, nos locais em que os núcleos estão instalados, há uma sensação maior de segurança e diminuição de crimes.


“É colocada uma comunicação visual na rua. A pessoa com interesse criminal passa, olha e pensa duas vezes (antes de cometê-lo). Logo vem à mente (do indivíduo) que a comunidade está alinhada à polícia e atenta as questões de segurança”.


Outro aspecto apontado por Conceição é que o munícipe pode alertar qualquer situação suspeita ou que favoreça a criminalidade, como a falta de iluminação. “A pessoa comunica a polícia e a gente acaba buscando uma melhoria junto às Prefeituras”.


Santos conta com 111 núcleos de moradores em contato com a PM
Santos conta com 111 núcleos de moradores em contato com a PM   Foto: Vanessa Rodrigues

Núcleos


Os núcleos mencionados acima não são criados a partir dos bairros, mas dos moradores, que podem aderir de maneira voluntária ao programa. Portanto, na mesma rua pode existir mais de um grupo.


O capitão ressalta que a formação deve ser constituída por ao menos 10 pessoas. Uma dessas será tutora e, portanto, responsável. Hoje, as comunicações são realizadas principalmente pelo WhatsApp. Os interessados devem procurar uma base da PM ou um Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg).


“Nas bases comunitárias móveis (da PM), o policial dispõe celular da corporação com os grupos de Vizinhança Solidária (da região em que está o veículo). Nos comunicamos por ali. Sabemos que, quando tem mensagem devemos dar uma atenção especial, pois tem alguma informação”.


Conceição ressalta, porém, que, caso algum crime ou situação em desacordo seja observada, o morador deve acionar a PM pelo 190.


“É o contato de emergência. Nesses grupos pegamos informações. É claro, uma vez ou outra alguém publica que um indivíduo (com determinadas características) está passando pela rua e nós vamos lá. Já aconteceu de ter prisão em flagrante”.


O capitão ressalta que as equipes da PM estão sempre em contato com os núcleos, justamente para orientar e informar sobre ações de segurança.


Orientações


De acordo com Conceição, sempre é orientado aos moradores que usem o WhatsApp para informações pertinentes. “Pedimos que sejam publicadas apenas questões de segurança e não passar correntes”.


Ele também destaca que as pessoas devem registrar todas as ocorrências, a fim de que sejam incluídas nas estatísticas.


Participação


O publicitário Luiz Carlos de Oliveira, de 57 anos, é tutor de um núcleo entre moradores do Marapé. O grupo pelo qual está responsável conta com 50 integrantes. Ele conta que o programa é bastante importante, pois os coloca em uma linha direta com a PM.


Ao mesmo tempo, revela que muitos moradores precisam de mais comprometimento. “A maioria que solução e não quer participar. Agora, quando acontece alguma coisa, como já ocorreu, vem reclamar com o pessoal do grupo”.


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