Primeiro dia de Zona Azul digital em Santos tem confusão e dúvidas

Motoristas de Santos relatam erros no aplicativo. Cartões serão convertidos em créditos

Por: Da Redação  -  05/11/19  -  21:09
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O primeiro dia de Estacionamento Regulamentado totalmente digital em Santos foi marcado por dúvidas. Desde segunda-feira (4), só é permitido parar o carro em vagas de Zona Azul utilizando o aplicativo ou por meio da compra de tíquetes eletrônicos.


Mas muitos motoristas tiveram problemas com o app 'Zona Azul Santos' e chegaram até a usar o cartão de papel. Foi o caso do autônomo Fernando Marques, 46 anos. Ele comprou um cartão físico para estacionar no Centro.


“Não sabia. Fui falar com o funcionário da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] depois que descobri para não ser multado”.


E, na sequência, tentou baixar o aplicativo, sem sucesso. “Aparece aplicativo de várias cidades do país, menos o daqui”.


Diante da procura, a comerciante Adelina Gomes Nunes, 70 anos, manteve a venda da forma antiga, alegando que os cartões têm validade até dezembro. “As pessoas estão tendo problemas com o aplicativo e vêm comprar o cartão, que está dentro da validade. Não tem lei dizendo que não valem”.


Ela afirma querer cadastrar seu estabelecimento para a venda eletrônica. “Mas a empresa [Serttel, responsável pelo sistema] não apareceu aqui com a maquininha. Liguei várias vezes e nada”.


O gerente da Serttel em Santos, Yuri Tonon, alega que a empresa obedeceu o edital para o cadastramento dos estabelecimentos. “O edital exige que a gente tenha um ponto de venda físico a cada 200 metros de uma vaga. A gente procurou quem mais se adequou a isso”.


Mais reclamações


Já o empresário Sidnei Radighieri, 62 anos, apesar de estar com o aplicativo, não conseguiu fazer o pagamento com a versão débito. “O banco Itaú não aparece nas opções. O jeito foi deixar o carro no estacionamento para evitar multa”.


Analista de TI há décadas, Ricardo Riciotti, 59 anos, diz que, enquanto estacionava no Centro, o app indicava a localização dele na Avenida Washington Luís. 


“Você clica em street view e o carro está lá. Se há esse recurso para o cidadão, ele tem de funcionar. Além disso, se você cometer um erro, não há como consertar”.


Passando dias na Cidade, o engenheiro José Camuri, 61 anos, conta que foi surpreendido com a mudança e encontrou dificuldade para adquirir um tíquete eletrônico.


“Sou turista. Fui ao Centro Histórico e fiquei sabendo sobre o sistema digital. Mas tive de andar muito até encontrar um ponto de venda. Podiam ter tido mais divulgação, com panfletos, para nos informar”.


Já o advogado Roberto Mackevicius, 38 anos, respirava aliviado ao conseguir uma vaga em frente ao seu escritório. “Achei tudo muito prático, fácil e tranquilo. Baixei o aplicativo desde que começou o sistema digital”.


Ajuda


Quem tiver problemas para baixar o Zona Azul Santos ou para utilizá-lo tem a opção de ir ao Poupatempo, onde foi montado um posto de atendimento ao usuário, que funcionará até o final do mês.


A aposentada Edla Maximimiano, 70 anos, foi logo cedo ao posto de atendimento em busca de esclarecimentos. “Meu filho tentou baixar o aplicativo e não deu certo. Vim pedir ajuda”.


Os motoristas que também tiverem cartão de Zona Azul em papel poderão fazer a migração dos valores lá também, avisa o diretor-presidente da CET-Santos, Rogério Vilani.


Logo A Tribuna
Newsletter