Preterida, Audrey Kleys lamenta perder 'quadro favorável' à prefeitura de Santos

Decisão com influência do deputado estadual Kenny Mendes impediu vereadora de tentar se candidatar ao cargo no Executivo municipal

Por: Rafael Motta  -  31/08/20  -  21:23
Vereadora quis disputar o Executivo após desistência de Mendes
Vereadora quis disputar o Executivo após desistência de Mendes   Foto: Reprodução/Facebook

Impedida de disputar a Prefeitura de Santos por decisão partidária, a vereadora Audrey Kleys (PP) lamentou o que considera ter sido a perda da oportunidade de aproveitar o quadro “muito favorável para que a gente pudesse colocar nosso nome nesse pleito”. O partido deve se alinhar ao PSDB do pré-candidato governista à sucessão, o ex-secretário de Governo Rogério Santos.


Apesar de insatisfeita, Audrey afirmou que “seria irresponsável de colocar meu nome sem apoio. Só iria se tivesse apoio total de todos os integrantes do partido”. Ela fez referência a um abaixo-assinado feito por pré-candidatos a vereador, do qual afirma ter sabido após seu início, e não quis nominar as vozes contrárias.


Uma delas foi a do deputado estadual Kenny Pires Mendes, coordenador do PP na Baixada Santista. Até junho, era ele o pré-candidato da legenda ao Palácio José Bonifácio. Apontado como favorito ao cargo em pesquisas eleitorais, desistiu de concorrer ao Paço por temer problemas jurídicos decorrentes de uma doação à Secretaria Municipal de Saúde.


“O Kenny não achou viável (a pré-candidatura de Audrey)”, declarou o presidente da sigla em Santos, Adriano Catapreta. Mesmo tendo assinado a nota oficial pela qual o partido não lançaria nome à sucessão, juntamente com o coordenador estadual, Jefferson Modesto, alegou que “a Executiva Municipal é provisória. Quem resolve isso é a Executiva Estadual”.


“O Kenny conversou com eles (a estadual) e achou que (lançar Audrey para prefeita) ia acabar com as chances dos candidatos a vereador. Ia, até, esvaziar a chapa. Já temos três vereadores com cadeiras na nossa chapa. Ela, Audrey, deve ter de 7 mil a 8 mil votos. A gente acha que vai fazer quatro cadeiras. Sem ela, a gente vai fazer uma ou duas”, alegou.


O deputado confirmou a preocupação e acrescentou que o apoio à pré-candidatura tucana se tornou uma questão de “palavra” após desistir. “A candidatura principal é do PSDB”.


“Não tem como eu voltar atrás na minha palavra e caminhar contra o Governo do Estado. (...) A cidade de Santos é extremamente dependente do Governo do Estado e do orçamento do Governo do Estado”, disse.


Divergência


De volta à chapa para a Câmara, Mendes citou que, se a vereadora a deixasse, seria preciso cortar três homens para se cumprir a proporção de mulheres exigida pela legislação. “A Audrey não quis ser vice do PSDB. Queria ter candidatura própria.”
A vereadora disse “nunca ter sido chamada” para ouvir tal proposta.


Hoje, aliados


A presidente do PSDB santista, Renata Bravo, disse que ela e os presidentes de “partidos coligados” se reunirão para debater a realização de suas convenções no mesmo dia. Hoje, começam as reuniões das siglas para definir nomes.


Sobre a aliança com o PP e a indicação para vice-prefeito, Renata disse que “nossa proximidade está bastante alinhada”.


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