Prefeitura de Santos troca duas cadeiras anfíbias; vídeo

Modelos novos têm como objetivo melhorar a experiência do banho de mar a pessoas com deficiência

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  29/12/19  -  09:15
  Foto: Matheus Tagé/AT

Santos quer tornar a praia mais acessível. Substituiu no sábado (28) duas cadeiras anfíbias - por modelos novos para melhorar a experiência do banho de mar a pessoas com deficiência ou baixa mobilidade - e iniciou obras. Uma delas vai construir novas rampas ligando a areia da praia ao calçadão em vários pontos e outra substituirá os chuveirinhos e seus acessos, inserindo piso podotátil.


Ontem, mesmo quem nunca tinha entrado no mar com uma cadeira anfíbia, aprovou a experiência, como Maria Celia da Silva, de 68 anos, administradora de empresas. Ela teve poliomelite na infância e, há cinco anos, têm sentido com mais intensidade a dificuldade nos movimentos. Passou a usar andador – que levava para a água ao entrar no mar.


“Na água eu sempre vou com andador, porque ele boia. Mas, sei que a tendência é eu ir para a cadeira de rodas. Peço a Deus que eu não precise, mas fiz o teste drive hoje e é ótima”, brincou ela, após se refrescar um pouco.


O prefeito Paulo Alexandre Barbosa explica que antes, o projeto Praia Acessível era uma parceria com o governo estadual, mas por conta da necessidade da troca das cadeiras anfíbias, foi necessário investir e modernizar o programa.


“A gente está agora com as novas cadeiras que são diferentes das recebidas, mais modernas. A ideia é que a gente consiga fazer um trabalho melhor tanto para os monitores no deslocamento quanto no conforto dos usuários”, afirmou, lembrando que hoje são duas cadeiras, mas que se houver aumento de demanda, é possível ampliar o projeto - já que cada cadeira custa em média R$ 7 mil.


“Nesse momento essas cadeiras atendem à demanda existente. Não tem fila, nem espera, mas é um investimento muito baixo perto do benefício. Se for necessário adquirir mais, vamos fazer. Tivemos a passarela (de acesso à areia firme) reformada e a pretensão é tornar referência a questão de acessibilidade”, falou.


Entre os diferenciais do novo modelo, segundo Armando Fontine, criador e fabricante das cadeiras Mareia, está a flutuação que não é nas rodas, mas em boias dianteiras, traseiras e laterais. As últimas servem de apoios para os braços e uma delas levanta, para facilitar a entrada na cadeira.


Outro ponto é a roda dianteira giratória. Com ela, não é preciso que o monitor levante a cadeira para mudar de direção na areia. O cinto de segurança é peitoral, de quatro pontos, além de esse modelo ter flutuador específico a quem não movimenta o pescoço.


  Foto: Matheus Tagé/AT

Serviço


O Programa Praia Acessível está disponível aos finais de semana, das 9 às 15 horas, com o auxílio de monitores. Crianças podem ir na cadeira, no colo dos pais, segundo a coordenadora de Políticas para Pessoas com Deficiência, Cristiane Zamari.


“É para todas as pessoas terem o direito de entrar na água. E outra novidade esse ano é que em janeiro, teremos a parceria com o projeto Empresto Minhas Pernas, que trará canoa, prancha de surfe e outros instrumentos para dar condições iguais de curtir a praia”, diz.


Obra


A obra com a empresa Starsan Construtora e Locações faz parte de um pacote. O custo total será de R$ 2.061.187,01, com previsão de entrega em oito meses. Estão inclusos identificação visual da ciclovia com totens de localização e mapa cicloviário da Cidade; instalação de paraciclos em alço inox; recuperação do piso no entorno da Fonte Vicente de Carvalho, que abriga a Feirart e as mudanças de acessibilidade.


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