Empresários e representantes de entidades do comércio dividem opiniões sobre o plano de reabertura gradual desses setores em Santos. A ideia foi apresentada, nesta terça-feira (19), pelo prefeito Paulo Alexanre Barbosa (PSDB).
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Omar Assaf, a reunião foi satisfatória principalmente pelo fato da Cidade dizer que não necessariamente seguirá os passos das decisões tomadas pelo Governo do Estado.
“Sempre colocamos a reabertura com critérios de segurança e higiene, com protocolos e critérios específicos. Acho que já passou da hora para isso acontecer. É como uma planta que fica dias sem receber água, Depois, não adianta vir com um caminhão de abastecimento, porque ela não vai ressuscitar mais”.
Na visão dele, não é justo que determinados setores abram as portas e outros não.
“Espero que as palavras sejam mantidas e tudo o que foi conversado não seja uma miragem. Alguns setores não precisavam fechar as portas, porque normalmente já entram poucos clientes por dia”.
Omar reconhece que todos estão assustados e é necessário tomar cuidado, mas diz ser preciso pensar nessas famílias que estão diante de tantas incertezas. “Ninguém deveria tirar o sonho de outra pessoa”.
Para o presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sérgio Sammarco, o plano foi bem elaborado e está sendo abraçado pela entidade.
“Estamos também contribuindo com sugestões para a implantação das medidas necessárias para abertura do comércio e demais atividades. Santos deverá estar dentro dos parâmetros necessários no final deste mês para que possamos, de fato, fazer a retomada no dia 1º de junho”.
Outro lado
Já o presidente da CDL Santos-Praia Nicolau Obeidi, ficou decepcionado ao fim da reunião.
“Tudo foi muito bem organizado, mas eu achava que seria mais produtivo. Esperava menos planejamento e mais execução. Deveria ser algo ‘nem oito nem oitenta’.
Com muito planejamento não se anda. E na execução sem planejamento tropeçamos no meio do caminho”.
Mas, segundo ele, muitas reuniões ja foram feitas e o foco segue sendo a questão do isolamento.
“Para o médico, o isolamento deverá ser mantido até 2030. Ele tem uma visão diferente, no sentido de saúde e cuidado. É preciso olhar a situação dos leitos, da doença, mas também a gente. Eu puxo a sardinha para o meu lado. Precisamos de uma abertura de comércio para ontem”.
Nicolau também se decepcionou com o adiamento para a próxima semana da discussão a respeito das isenções de tributos.
“Precisamos é de uma data concreta e nos prepararmos para ela, Não dá para ficar assim de ir sempre prorrogando”.
De acordo com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, o objetivo dessas medidas é justamente dar previsibilidade para os setores.
“Teremos novas medidas e nova realidade. É preciso se preparar para essas regras, que serão rígidas e importantes para preservar a vida das pessoas que vão trabalhar e frequentar esses ambientes”.