Prefeitura de Santos expõe propostas para reabertura gradual do comércio

Empresários e representantes de entidades do setor querem retomada, mas divergem sobre o tempo necessário para isso

Por: Nathála de Alcantara  -  20/05/20  -  11:25
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores
Doria anuncia R$ 150 milhões em crédito para microempreendedores   Foto: Matheus Tagé/AT

Empresários e representantes de entidades do comércio dividem opiniões sobre o plano de reabertura gradual desses setores em Santos. A ideia foi apresentada, nesta terça-feira (19), pelo prefeito Paulo Alexanre Barbosa (PSDB).


Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Omar Assaf, a reunião foi satisfatória principalmente pelo fato da Cidade dizer que não necessariamente seguirá os passos das decisões tomadas pelo Governo do Estado.


“Sempre colocamos a reabertura com critérios de segurança e higiene, com protocolos e critérios específicos. Acho que já passou da hora para isso acontecer. É como uma planta que fica dias sem receber água, Depois, não adianta vir com um caminhão de abastecimento, porque ela não vai ressuscitar mais”.


Na visão dele, não é justo que determinados setores abram as portas e outros não.


“Espero que as palavras sejam mantidas e tudo o que foi conversado não seja uma miragem. Alguns setores não precisavam fechar as portas, porque normalmente já entram poucos clientes por dia”.


Omar reconhece que todos estão assustados e é necessário tomar cuidado, mas diz ser preciso pensar nessas famílias que estão diante de tantas incertezas. “Ninguém deveria tirar o sonho de outra pessoa”.


Para o presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sérgio Sammarco, o plano foi bem elaborado e está sendo abraçado pela entidade.


“Estamos também contribuindo com sugestões para a implantação das medidas necessárias para abertura do comércio e demais atividades. Santos deverá estar dentro dos parâmetros necessários no final deste mês para que possamos, de fato, fazer a retomada no dia 1º de junho”.


Outro lado


Já o presidente da CDL Santos-Praia Nicolau Obeidi, ficou decepcionado ao fim da reunião.


“Tudo foi muito bem organizado, mas eu achava que seria mais produtivo. Esperava menos planejamento e mais execução. Deveria ser algo ‘nem oito nem oitenta’.


Com muito planejamento não se anda. E na execução sem planejamento tropeçamos no meio do caminho”.


Mas, segundo ele, muitas reuniões ja foram feitas e o foco segue sendo a questão do isolamento.


“Para o médico, o isolamento deverá ser mantido até 2030. Ele tem uma visão diferente, no sentido de saúde e cuidado. É preciso olhar a situação dos leitos, da doença, mas também a gente. Eu puxo a sardinha para o meu lado. Precisamos de uma abertura de comércio para ontem”.


Nicolau também se decepcionou com o adiamento para a próxima semana da discussão a respeito das isenções de tributos.


“Precisamos é de uma data concreta e nos prepararmos para ela, Não dá para ficar assim de ir sempre prorrogando”.


De acordo com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, o objetivo dessas medidas é justamente dar previsibilidade para os setores.


“Teremos novas medidas e nova realidade. É preciso se preparar para essas regras, que serão rígidas e importantes para preservar a vida das pessoas que vão trabalhar e frequentar esses ambientes”.


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