Plano de Santos prevê abertura de quase 250 leitos para Covid-19

O secretário de Saúde, Fábio Ferraz, garante que novas vagas podem ser abertas em menos de sete dias após identificada necessidade

Por: Eduardo Brandão  -  17/05/20  -  11:18
Prefeitura precisa de R$ 19 milhões para ativar hospital por cinco meses
Prefeitura precisa de R$ 19 milhões para ativar hospital por cinco meses   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O teto de 60% de ocupação dos leitos para tratamento de covid-19 faz parte dos parâmetros técnicos para a reativação econômica de Santos. Uma das formas de se obter esse percentual é ampliar a oferta de vagas públicas, defendeu o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). O primeiro reforço começa a funcionar na próxima sexta-feira (22), com a inclusão de 130 leitos de campanha, do antigo Hospital Vitória – Rua Rio de Janeiro, 19, Vila Belmiro. 


A ampliação da oferta integra o plano municipal de enfrentamento da pandemia, estabelecido pela equipe da Secretaria Municipal da Saúde. Segundo o titular da pasta, Fábio Ferraz, a intenção é que outras 117 vagas sejam incluídas à rede santista nos próximos dias. A ativação desses espaços depende da evolução da curva de contaminação na Cidade. 


“São unidades que já estão prontas, em unidades da municipalidade que depois que a pandemia passar ficarão como legado para a Cidade. Para ativar esses leitos, basta equipar e contratar as equipes. E isso ocorre de forma relativamente rápida, entre sete e 10 dias”, informa Ferraz. 


Segundo ele, por ora, esses leitos a atender especificamente os pacientes de Covid-19. Apesar de ser do estilo hospital campanha, foram instalados em unidades de saúde que estavam em obras, como o Pronto Socorro da Zona Leste. “Optamos por utilizar nossas estruturas”, afirma. 


Ferraz explica ainda que o planejamento prevê um total de 530 leitos. Destes, ao menos 283 vagas já estão habilitadas e aptas a receber pacientes. Para chegar o teto previsto no plano santista de enfrentamento da pandemia, houve readequação de espaços físicos e reativação de locais que estavam em fase final de obras.  


O próximo acréscimo será no desativado hospital da Vila Belmiro, unidade que recebeu recursos estaduais de R$ 19 milhões para custeio durante o período da pandemia.  


Verba 


A verba está incluída no repasse de R$ 30 milhões anunciado nesta quarta-feira (13) pelo Governo do Estado. Esse montante vai financiar 350 novos leitos hospitalares na Baixada Santista, sendo 50 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 300 de enfermaria – os demais serão instalados em Praia Grande e Itanhaém. 


A destinação dos recursos foi uma solicitação de Barbosa, que representa a região como presidente do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e membro do Conselho Municipalista do Estado de São Paulo – órgão criado na última semana, com prefeitos de 15 regiões metropolitanas mais a Capital.  


A gestão do Hospital Vitória será compartilhada entre a Prefeitura e a organização social (OS) Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, por meio de aditamento do contrato para gerenciamento do Complexo Hospitalar dos Estivadores. O custeio mensal da unidade é de R$ 4,8 milhões. O Município também busca recursos do Ministério da Saúde para a operação.  


Para funcionamento da unidade, são estimados 500 profissionais, sendo 260 contratações diretas (CLT) e outras 250 indiretas, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas, vigilantes e agentes de limpeza. Dos 130 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), 17 serão de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 113 de enfermaria.  


A cessão gratuita do edifício ao Município ocorreu por meio de um termo de comodato assinado com o United Health Group Brasil, proprietário da operadora de saúde Amil. O contrato é válido até 31 de dezembro.  


Com isso, a rede hospitalar da Cidade (unidades públicas e privadas) conta atualmente com 699 leitos para pacientes de covid-19. Na rede SUS, sob gestão municipal, entraram em operação 283 leitos, distribuídos entre o Complexo dos Estivadores, Santa Casa de Santos, Beneficência Portuguesa, Hospital de Pequeno Porte (HPP) e nos hospitais de campanha Afip e Hospital de Campanha UPA Zona Leste. 


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