Pesquisa sobre resíduos nas areias de Santos tem etapa concluída

Resultado do levantamento ajudará o município a traçar políticas públicas para o Meio Ambiente

Por: Da Redação  -  02/06/20  -  12:25
Objetivo é mensurar a quantidade de lixo que chega pelo mar
Objetivo é mensurar a quantidade de lixo que chega pelo mar   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Secretaria de Meio Ambiente de Santos (Seman) concluiu nesta segunda-feira (1º) a quarta etapa da pesquisa que coleta dados da origem de resíduos que chegam às praias. Foi a última fase realizada com a orla interditada para banhistas devido à pandemia do novo coronavírus. O resultado do levantamento ajudará o Município a traçar políticas públicas para o Meio Ambiente.


A retirada do material ocorre em dois pontos pré-determinados na areia: um na faixa seca e outro na úmida. O objetivo é mensurar a quantidade de lixo que chega pelo mar, explica o coordenador de políticas ambientais da Semam, Marcus Fernandes. 
“Buscamos saber que tipo de lixo está chegando com as praias fechadas. As fontes de resíduos são várias. Uma delas é o próprio banhista. Mas, na medida en que a gente analisa esse resíduo que está aqui, fica evidente que ele tem uma responsabilidade do frequentador”.


Bituca de cigarro e canudinho, por exemplo, tornaram-se artigos raros descartados na areia. Em compensação, há outros itens, alguns até inusitados, trazidos pela maré e que têm sido retirados da areia pelos pesquisadores. Entre eles, assento de privada, panela, pote de plásticos e de cosméticos, dentadura e camiseta.


“É um perfil domiciliar. Eles (itens) vêm das palafitas porque, quando a maré sobe, ela abraça a ilha e volta trazendo os resíduos. Era uma hipótese que a gente investigava ano passado e se confirmou. O material veio junto com vários resquícios de mangue, onde ficam as palafitas”, diz a coordenadora da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e de Resíduos Especiais (Abrelpe), Gabriela Otero. A entidade é parceira no trabalho.


Análise


O material recolhido passará por uma triagem e todos os dados são inseridos em uma planilha de monitoramento do Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, lançado no Município pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em março de 2019. 


Esses dados passarão a ser discutidos com outros municípios que desenvolvem o trabalho: Bertioga, São Luís (MA), Fortaleza (CE), Ipojuca (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Balneário Camboriú (SC). Santos, porém, está na dianteira porque já atua na pesquisa há mais tempo e conta com dados de outros mutirões.


“Hoje temos uma planilha robusta. A gente pode até dizer que é uma das únicas do Brasil e até do mundo, porque ninguém está fazendo esse tipo de metologia”.


O resultado servirá para o Município traçar políticas públicas de forma mais certeira, explica Fernandes. “Até então, havia muito achismo. Agora, a gente consegue criar políticas públicas que sejam efetivas no combate ao resíduo”.


Com isso, Santos poderá abrir portas a novas parcerias. “Agora, temos um trabalho de base científica para mostrar a uma agência de fomento nacional ou até internacional e falar que nós pesquisamos, temos trabalho feito, planilhado e auditado”.


Logo A Tribuna
Newsletter