Palácio da Polícia vai ficar sem reforma, diz líder sindical

Secretaria de Segurança Pública informou que o projeto básico da reforma está concluído e em fase de licitação para se contratar uma empresa. Porém, não cita prazos

Por: Fernando Degaspari & Fernanda Balbino & Da Redação &  -  11/05/19  -  00:06
  Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

O prédio do Palácio da Polícia, no Centro de Santos, deve continuar sem reforma. Assim revelou a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo (Sindpesp), Raquel Gallinati, que esteve com o secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos. À Reportagem, por nota, a secretaria informa que o projeto básico da reforma está concluído e em fase de licitação para se contratar uma empresa. Porém, não cita prazos. 


“Tivemos, recentemente, reunião como secretário de Segurança Pública, e ele sinalizou que não há nenhum indício de que irão resolver os problemas que estamos vivenciando na Polícia Civil do Estado de São Paulo”, disse a delegada. 


Como noticiou A Tribuna no domingo (5), uma avaliação feita pelo engenheiro civil José Luiz Villela Macedo Brandão, a pedido da Justiça, constatou que o local está em condições que comprometem a segurança e a saúde dos ocupantes e precisa de recuperação imediata. 


Problemas


O documento, encaminhado no fim de abril à Fazenda Pública do Estado, aponta que o imóvel não está adequado às normas da construção civil. Manchas de umidade nas paredes, pintura desgastada, piso danificado, deficiência de iluminação em ambientes e precariedade nas instalações elétricas são os problemas apontados. 


Ainda segundo o documento, caso ocorra um incêndio, o edifício está desprotegido. A reforma é estimada em R$ 28 milhões e precisa ser autorizada pelo Governo do Estado. Em 2013, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou R$2,5milhões para recuperar o local, mas o dinheiro nunca foi liberado.


Deficit


 A presidente do Sindicato dos Delegados reclama, ainda, do estado das viaturas e de um deficit de policiais civis no estado. 


“É uma situação caótica que não só reflete na falta de estrutura predial – os prédios estão desmoronando, se desintegrando –, mas das viaturas em péssimas condições de operação e no deficit de policiais que chega a quase 14 mil, além dos péssimos salários”, diz.


 Segundo um ranking feito neste ano pela Federação Interestadual de Polícias Civis das regiões Centro-Oeste e Norte (Feipol), a Polícia Civil paulista tem o 19º pior salário entre os 26 estados e o Distrito Federal. 


“Essa falta de estrutura para que a Polícia Civil possa trabalhar de acordo com a sua potencialidade é inadmissível. Estamos o tempo todo denunciando e exigindo que o Governo do Estado cumpra sua obrigação”, conclui a presidente. 


Respostas 


Questionada por A Tribuna, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que estão em andamento concursos para contratar 2.750 policiais civis, entre delegados, investigadores, escrivães e agentes. 


Em relação ao deficit, a SSP alega que o dado apontado pelo sindicato leva em consideração postos de trabalho já extintos e não contabiliza a requalificação de mais de 2 mil carcereiros que passaram a ser agentes policiais, de acordo com lei sancionada em março.


 A secretaria afirma, ainda, que “novos editais serão lançados, conforme a disponibilidade de recursos. O objetivo é realizar concursos anuais”. 


Também conforme a pasta, desde 2011, foram contratados 249 policiais civis para a região de Santos (Deinter-6) e adquiridas 174 viaturas, ao custo de R$ 11,6 milhões. 


Em relação aos salários, a Secretaria afirma que está em tratativas para reajustar os salários das polícias paulistas.


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