Pacientes esperam até sete horas no Hospital Guilherme Álvaro

Na instalação de saúde, além da demora no atendimento, pessoas denunciam ainda elevador quebrado em um dos prédios

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  05/10/19  -  16:51
A fila, no dia em que a Reportagem esteve no local, não foi das piores
A fila, no dia em que a Reportagem esteve no local, não foi das piores   Foto: Divulgação

Horas de fila sem acomodações suficientes e um elevador quebrado forçando cadeirantes a serem carregados no colo para acessar os consultórios no 1º andar. Assim está hoje parte do atendimento do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, na entrada pela Avenida Siqueira Campos. Em resposta, o Estado fala em melhorias no segundo semestre de 2020.


Cibele Sabino Nascimento, de 40 anos, dona de casa, mora em Peruíbe e esteve lá na última quarta-feira (3). Chegou 5h30 da manhã, aguardou do lado de fora até 6h30 e, mesmo assim, não foi a primeira. Em fila preferencial ficou até as 9 horas em pé, até passar pelo médico. 


Foi atendida e só ficou livre depois das 10h30, quando precisou marcar retorno. Saiu 12h40, totalizando sete horas de espera. 


“Não tem lugar para todo mundo sentar, nem para quem está com pontos nas duas mamas, como eu. Havia três mulheres junto comigo, com drenos. Idosos. A gente reclama, mas os funcionários fazem pouco caso. Não é algo do dia. Toda quarta-feira vou lá e é isso. Tem até briga e não resolvem”, diz.


Elevador quebrado 


A Tribuna já tinha recebido fotos de um idoso com bengala subindo escadas, no último dia 30, relatando que o equipamento estava quebrado há cerca de um mês. A Reportagem foi ao local na quinta-feira e constatou que o elevador segue quebrado. 


  Foto: Divulgação

Lenir Rosana dos Santos, de 50 anos, aposentada de São Vicente, aguardava na fila para marcar consulta e confirmou. “Aqui é assim: tem acompanhante que precisa pegar cadeirante no colo para subir. É a maior humilhação”, contou ela, que chegou 7h30 e seguia lá por volta do meio-dia. Isso porque passou mais de uma hora em outra fila e, na vez dela, informaram que não tinha mais agenda. 


Ana Cristina Gomes Cunha, de 38 anos, microempreendedora de Guarujá, também tentava manter a calma aguardando. “Já sei como é, então reservei o dia inteiro”, conta.


Vera Lúcia Santos da Cruz, de 59 anos, auxiliar de serviços gerais de Praia Grande também desabafava. “Fico, porque preciso. Mas teve dias que não aguentei de pé por causa da hérnia de disco e fui embora”, lembra.


Respostas


Por nota, o Hospital Guilherme Álvaro afirmou que o sistema de marcação de consultas está normal e que o quadro de funcionários está completo. 


Informou que houve instabilidade pontual no período da manhã de quinta-feira (3), mas que a situação foi regularizada – apesar de a Reportagem ter citado recorrência na situação. 


Sobre o elevador, respondeu que estão providenciando a manutenção, sem citar datas, nem de quanto tempo faz que o equipamento está quebrado. Informou que há assistência no térreo, apesar de fotos enviadas à redação mostrarem o contrário. 


A Secretaria de Saúde do Estado ressaltou que o Governo anunciou neste semestre investimentos de R$ 7,4 milhões para modernização e ampliação, que inclui reforma no centro de parto normal, laboratório de imagem, centro cirúrgico, clínica obstétrica e cirúrgica, Pediatria, UTI Neonatal, além de compra de novos equipamentos para UTI. A previsão é que as obras sejam concluídas no segundo semestre de 2020.


Logo A Tribuna
Newsletter