Paciente sofre para conseguir remédio contra esclerose em Santos

Medicamento que Ana Bernarda dos Santos retira no AME está em falta

Por: Maurício Martins & Da Redação &  -  16/08/19  -  00:34
Uma caixa do medicamento custa R$ 8 mil, diz Ana Bernarda
Uma caixa do medicamento custa R$ 8 mil, diz Ana Bernarda   Foto: Divulgação

A esclerose múltipla impôs limitações à vida de Ana Bernarda dos Santos, de 59 anos. Os surtos começaram em 2010, quando a moradora da Vila Pantanal, no Saboó, em Santos, perdeu quase todos os movimentos. Foram cinco anos até identificar o que tinha e iniciar o tratamento correto para conter os sintomas da doença, que não tem cura. Hoje, Ana soma mais um desafio: obter o medicamento que pode evitar manifestações graves.


Há 15 dias, ela não consegue o remédio Interferon B1, que deveria estar disponível no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santos, do Governo do Estado. O Interferon B1 vem em caixa com 15 injeções, que ela mesma aplica, para uso em dias alternados. Custa aproximadamente R$ 8 mil cada caixa, segundo Ana, o que a impede de comprá-lo. 


“Estou com andador, mas tem possibilidade de voltar à estaca zero, ter um surto e ficar acamada. Não tenho mais nenhum. Já tomo há quatro anos e é o que me deixa mais segura”, conta ela, aposentada por invalidez por causa da doença. 


A esclerose múltipla é uma doença crônica autoimune (produzida pelo próprio organismo). Afeta o cérebro e a medula, comprometendo o sistema nervoso. É degenerativa e progressiva.


Respostas 


A Secretaria de Estado da Saúde informa que a compra e a distribuição do medicamento Interferon B1 aos estados são feitas pelo Ministério da Saúde. “O envio para São Paulo tem sido irregular e em quantidades insuficientes, impactando na redistribuição. Neste trimestre, a Secretaria solicitou 19,2 mil doses do medicamento, entretanto, recebeu 6 mil doses”.


A Secretaria afirma que faz “planejamento rigoroso de estoques e remanejamentos, quando há possibilidade, e dialoga com o Governo Federal para garantir a assistência à população”. 


O Ministério da Saúde informa que o Estado recebeu 6.060 unidades do remédio, “correspondendo à cobertura de quase metade da demanda apresentada para o 3º trimestre de 2019 [julho a setembro]”. 


Afirma, também, que “uma nova compra do medicamento está em processo final de contratação, com previsão de conclusão até a próxima semana, para entrega imediata do quantitativo restante”.


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