Novidade na Zona Azul surpreende população de Santos

Motoristas ignoravam mudança e se dividem

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  04/10/19  -  00:21
Sistema começou a funcionar nesta quarta-feira (2), e proporciona a compra de tíquetes eletrônicos
Sistema começou a funcionar nesta quarta-feira (2), e proporciona a compra de tíquetes eletrônicos   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

No primeiro dia de mudança, motoristas que circularam pelo Centro santista desconheciam as alterações no sistema de estacionamento regulamentado na Cidade. Começou a funcionar na quarta-feira (2) o aplicativo Zona Azul Santos, que passa a utilizar tíquetes eletrônicos para a liberação de vagas.


O administrador Marcos Roberto Alves, de 38 anos, nem tinha ouvido falar no assunto ao parar seu carro, na Praça José Bonifácio. “Para quem tem dificuldade em usar a internet, como muitos idosos, acho que fica mais complicado.”


O gesseiro Carlos Pereira, de 35 anos, aposta em melhorias com o sistema digital. “Não sabia da mudança. Mas já utilizei um sistema digital em São Carlos, no Interior, e gostei.”


Outra que descobriu a novidade por A Tribuna foi a nutricionista Alessandra Souza, de 48 anos. Ela diz que logo baixará o app.


“Acho ótimo. Você já vem sabendo onde achará vaga e não tem a abordagem de flanelinhas. Além de pagar mais caro, às vezes me sinto coagida por eles”, relata.


Venda


A jornaleira Marileide Nascimento Gonçalves, de 66 anos, afirma que já entregou a documentação para a empresa responsável pelo novo modelo, a Serttel, e aguarda os detalhes para começar a vender os tíquetes eletrônicos.  


A banca dela será um dos pontos físicos para a aquisição do tíquete virtual. Haverá placas informando os locais junto com a sinalização indicativa de zona azul. “Ainda não sei como funcionará. Não explicaram nada para gente”, observa.  


Enquanto isso, ela ainda tem um estoque de 30 talões para vender até o dia 2 de novembro, quando termina o prazo para a utilização dos cartões. “Vendo de três a quatro blocos por dia.” 


Até o início do próximo mês, os dois sistemas funcionarão ao mesmo tempo, confirma o diretor presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Rogério Vilani. “A venda será feita com o cartão e pelo aplicativo até 2 de novembro para fazer a transição tranquilamente”. 


A fiscalização será feita de duas maneiras diferentes até lá. “Pelos agentes da CET, para a forma antiga, e com o veículo da empresa contratada (a Serttel), que possui câmeras OCR (para detecção de placas) pelo modelo digital”, explica. 


Inicialmente, serão três veículos rodando os pontos de zona azul no Município. Segundo ele, está prevista uma ampla divulgação da novidade com propaganda por meios de comunicação e panfletos distribuídos pela Cidade. 


O novo sistema  


>O Zona Azul Santos já está disponível na AppleStore (iOS) e na PlayStore (Android). Depois de baixá-lo, o usuário deverá preencher um cadastro, informando dados pessoais e forma de pagamento. 


>Vale lembrar que o app indicará as vagas disponíveis, possibilitará a ampliação do tempo de permanência do carro pelo celular e enviará um alerta 15 minutos antes de o horário expirar para quem utilizar cartão de 1h (R$ 2,50) ou 1h30 (R$ 3,75). Este último também é novidade.  


>O tempo máximo de permanência no estacionamento rotativo é de duas horas (R$ 5,00). É possível obter informações pelo site da zae e pelo site da prefeitura, ou pelo telefone (4009-9025). 


Flanelinhas temem pelo sustento 


A alteração no sistema preocupa vendedores ambulantes que sobrevivem comercializando cartões e cobram mais caro por isso. Em contraposição, muita gente reclama da postura dos chamados flanelinhas, que podem estar com os dias contados.  


A Reportagem ouviu pessoas que atuam no Centro e todas disseram estar apreensivas. É o caso de Johnny, de 24 anos. Ele diz que revende os cartões há anos na região central, “desde que o cartão custava R$ 1,10. É assim que pago minhas contas”. 


Há dois anos na atividade, Thiago, de 30 anos, também afirma estar na mesma situação. “Se não tiver como viver disso, vou ter de me virar.” 


Leandro, de 46 anos, que vende cartões há 15, também tem vivido com incerteza. “Se não tiver como continuar, vou ter de arrumar outra coisa, porque pago aluguel e sustento minha família com este trabalho.”  


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