Mulher procura gêmea que não vê há 53 anos por ter sido adotada em maternidade de Santos

Caso a irmã leia a matéria, ou alguém que a conheça, Miriam pede que entre em contato para marcar o reencontro

Por: Nathália de Alcantara  -  10/10/20  -  23:49
Miriam tem vontade de reencontrar a irmã e apresentar sua família
Miriam tem vontade de reencontrar a irmã e apresentar sua família   Foto: Arquivo Pessoal

Já faz 53 anos que Miriam esteve pela última vez com a gêmea que ela nem sabe o nome, na maternidade da Santa Casa de Santos. Por poucas horas, elas dividiram espaço ao lado da mãe, mas, tanto tempo depois, o pensamento é um só: reencontrar a irmã.


Miriam prefere não ter nome completo e profissão revelados. Ela, que mora em São Paulo, descobriu muitos anos depois, por sua mãe adotiva, alguns detalhes sobre seu passado e, inclusive, sobre a existência de uma gêmea.


Sua mãe, Isabel Batista dos Santos, morava em Guarulhos. O parto, no entanto, aconteceu em Santos. “Eu imagino que ela tenha ido apenas para que a gente nascesse. Minha irmã foi adotada também, ainda no hospital, então eu nada sei sobre ela”, explica Miriam.


Até os 10 meses, sua mãe adotiva a levou para visitar a mãe biológica, ainda em Guarulhos. No entanto, Isabel mudou de endereço e não deixou contato com os vizinhos. A partir daí, a ainda bebê Miriam perdeu totalmente o contato com a sua família.


“Fui sabendo sobre   o meu passado aos poucos. Eu também tinha a minha vida, minha família e acabei focando em outras prioridades. Minha mãe adotiva está com 93 anos e não se lembra mais de tantos detalhes”.


Outro detalhe é que também havia um menino, com uns três anos, na época, na casa que eu Miriam para visitar a mãe.


“Eu penso nesse assunto sempre que vejo alguma matéria de reencontro ou de alguém procurando um familiar. Tenho vontade de conhecer a minha irmã e, se ela sentir a mesma coisa, que se manifeste”.


Informações


Miriam entrou em contato com a Santa Casa de Santos e confirmou sua gêmea. Ela também teve acesso à sua certidão de nascimento. de 2 de abril de 1967. 


“Fui adotada dois dias depois por uma família de Guarulhos que hoje mora em Marília (SP). Não sei onde minha irmã pode estar agora, mas gostaria de mostrar que tenho filhos e neto. Não espero que minha mãe ainda esteja viva, pois ela era pouco mais nova do que minha mãe adotiva, mas queria conhecer essa minha irmã”.


Para o caso de sua irmã ler essa matéria ou alguém que a conheça, Miriam diz que reza para que ela tenha uma história de amor e cuidado igual a sua.


“Uma família muito especial me acolheu, me ensinou tudo  que eu sei, me deu valores e princípios. Desejo que ela tenha sido feliz assim como eu, que tenha aproveitado boas oportunidades. Espero que a gente possa se reencontrar e compartilhar boas histórias, tentar descobrir um pouco mais sobre a nossa origem e traçar um novo futuro com as nossas famílias”.


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