Movimento intenso trava o trânsito na Rua Goiás

Veículos se acumulam em horários de entrada e saída de alunos, atrapalhando o tráfego

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  20/03/19  -  16:48
  Foto: Irandy Ribas/AT

Horário de entrada e saída de escola é sinônimo de confusão na Rua Goiás, em Santos. Carros parados dos dois lados deixam a via estreita e causam congestionamento, o que irrita motoristas, coloca crianças em risco e divide a opinião dos comerciantes. A Prefeitura de Santos promete “um novo projeto” para o local.


Ainda não são 7 horas e os estudantes começam a chegar à escola municipal Professor João Papa Sobrinho, no Gonzaga (quase esquina com o Canal 3). Próximo do horário de entrada, o movimento se intensifica.


Não cabem muitos carros no recuo construído em frente ao colégio justamente para não atrapalhar o trânsito. Por isso, vans escolares e pais de alunos começam a parar dos dois lados da Rua Goiás. Enquanto isso, os carros que querem passar seguem se apertando entre os veículos pardos ou estacionados.


“Chega aqui  5 pras 7 (horas) e já tá lotado. É moto, é perua, é pai folgado. Vai formando fila até lá embaixo (aponta para o Canal 3)”, diz Darlete de Carvalho, que trabalha como empregada doméstica e tem um filho na escola.


Hora da saída


No fim da tarde, por volta das 16h30, horário de saída dos estudantes, o cenário é o mesmo do da manhã. A fila aumenta e o tráfego se intensifica. A Reportagem ainda flagrou um caminhão tentando passar pelo local com muita dificuldade, já que o espaço que sobra é pouco para veículos de grande porte.


As mães ainda reclamam que as crianças não esperam no pátio da escola, o que faz com que os pais sejam obrigados a parar o carro e entrar no colégio.


“Os perueiros não pegam uma criança só. Eles vão no quarto andar, no terceiro, no segundo. Tudo de escada, porque elevador tem, mas fica desligado”, reclama a faxineira Jussara Timóteo, que também é mãe de um estudante.


“Se eu tivesse um filho, teria medo, porque estacionam a perua do lado esquerdo da rua, abrem a porta e as crianças vêm segurando um ano braço da outra. Enquanto isso, carro, moto passando colados nelas. Até comentei isso com a minha mãe”, conta a comerciante Daiane Pereira, dona de uma loja de roupas.


Adiante


A situação se repete às 17h30, horário de saída dos alunos da escola particular Ipê, que também fica na Rua Goiás, só que mais próxima da Avenida Ana Costa.


De um lado da via, carros estacionados. Do outro, a placa de trânsito permite que pais parem seus veículos no espaço reservado a embarque e desembarque. Aí, os veículos que vêm atrás ficam presos, o que aumenta o tráfego, já que só passa um carro por vez.


Motoristas põem a mão na buzina e esquecem de tirar, abrem a janela dos carros e xingam bastante.


Proibição


Para algumas pessoas, a solução para acabar com o tráfego intenso na Rua Goiás é proibir estacionamento de veículos dos dois lados da via, pelo menos no horário de maior movimento. O assunto, entretanto, causa polêmica entre os comerciantes.


“Acho que, a partir das 16 horas até as 18, não deveria poder estacionar carro na Goiás. Só nesse horário já ia ajudar a dar mais fluidez”, pondera Ronaldo Ramos dos Santos, motorista de aplicativo de celular.


A questão divide a opinião de comerciantes. “Eu não vejo problema (de congestionamento). É coisa de 10 minutos. Desse lado já é praticamente tudo proibido. Desse lado das lojas, só é permitido carga e descarga”, diz a comerciante Wilza dos Santos Pires.


Parte deles entende que as vendas serão prejudicadas se a proibição de estacionar passar a valer. “Não tem muito o que fazer. As crianças precisam sair, os pais precisam pegar. E o processo é rápido, dura 20 minutos ou meia-hora”, diz a comerciante Yara Nasser, dona de uma loja em frente à João Papa Sobrinho. “(Acabar com o estacionamento) Atrapalharia a gente, porque já é horrível parar aqui”.


Outros,  entretanto, não veem problemas se a medida for implantada. “Iria atrapalhar um pouco os comerciantes, mas ajudaria o trânsito. Acho que tem que ter um bom senso geral. Não adianta olhar só o seu lado”, completa Daiane Pereira, dona de uma loja de roupas na Goiás.


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