Moradores reclamam do estado de área próxima ao Mercado Municipal

Área na Vila Nova, em Santos, tem uso de drogas na porta de escola

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  14/06/19  -  13:38
Cidades se desdobram para lidar com moradores de rua durante pandemia do coronavírus
Cidades se desdobram para lidar com moradores de rua durante pandemia do coronavírus   Foto: Alexsander Ferraz

Depois de muitas promessas de revitalização ao longo dos anos, a região do Mercado Municipal, na Vila Nova, em Santos, continua repleta de problemas. O número elevado de moradores de rua e o consumo de drogas a qualquer hora do dia são as principais queixas de quem frequenta aquela região.


Há um ano e meio à frente da Escola Municipal Maria Helena Roxo, a diretora Valéria Leal Vital afirma que a situação no entorno é complicada e que a unidade escolar tem ficado com vagas disponíveis por conta disso.


“Temos capacidade para atender, em creche, 150 crianças, mas estamos com 86. Tudo o que acontece na nossa porta faz com que as mães fiquem com medo de deixar as crianças aqui”, conta ela.


Como o fluxo de usuários de drogas e moradores de rua é grande na frente da escola, Valéria chegou a mudar a entrada e saída dos alunos, que têm entre 3 e 5 anos, para a porta lateral, onde esse movimento é menor.


Há cerca de duas semanas, ela foi surpreendida por um grupo de travestis que tiraram a roupa no local e estavam se prostituindo na porta da escola.


“Essa é só uma das situações que passamos por aqui. Eles usam maconha e cachimbo de crack do lado de fora, bem do lado de onde fica o pátio onde as crianças brincam e fazem as refeições e o cheiro vem todo para dentro”, afirma.


Comerciante há mais de 50 anos no Mercado Municipal, Odete Ferreira, de 80 anos, diz que não lembra de período com uma degradação tão grande no entorno. “Nunca vi tantos moradores de rua e tanta gente usando drogas por aqui. Na rua de trás do Mercado é um verdadeiro albergue dessas pessoas. Isso acaba afastando o público, pois o pessoal tem medo de vir fazer compras aqui com esse cenário.”


A moradora Maria Lucia da Silva, de 75 anos, que vive na Vila Nova há 60 anos, concorda. “É tanta gente consumindo drogas, largada nas calçadas, que a noite nem dá para pensar em andar por aqui ou sair de casa”, comenta.


Alternativas


Depois de procurar os vereadores para tentar resolver a questão, na terça-feira, a diretora foi chamada para uma reunião, convocada pelo presidente da Câmara, o vereador Rui de Rosis (MDB), com representantes das secretarias municipais de Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Segurança e Governo, além da Polícia Militar.


A promessa é de que o poder público faria uma série de ações naquela região envolvendo as secretarias. Na quarta-feira, uma unidade móvel da Guarda Municipal permaneceu durante todo o dia estacionada na porta da escola.


O secretário de Desenvolvimento Social, Carlos Mota, afirma que trabalhos envolvendo sua pasta e a de Saúde são regulares naquela região e seguem um calendário fixo.


“Tivemos o acréscimo de uma equipe e hoje atuamos com três, que trabalham nas abordagens com a finalidade de constituir um vínculo com essas pessoas para que elas façam adesão aos programas”, afirma.


Ele considera positiva a reunião desta semana para se pensar em ações em conjunto para o entorno do Mercado. “Diante de uma demandada escola, foi bom refletir em conjunto com as diversas áreas para a implantação de algo”, avalia.


Por nota, a Prefeitura informa que o Projeto de Abordagens Integradas (PAI), que reúne as áreas de Segurança, Saúde e Desenvolvimento Social, lançado em maio, realizou cinco ações, sendo efetuadas 59 abordagens de pessoas em situação de risco. Em maio, o projeto Consultório na Rua esteve duas vezes na região, que resultaram em 21 abordagens de pessoas em situação de rua, com três encaminhamentos para unidades de saúde. Neste mês, fora dois dias de ação, com 14 abordagens.


Para a revitalização da região, a Administração Municipal aposta, entre outras ações, na chegada do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e no Programa Centro Criativo, que oferece isenções fiscais para comércios e empresas de serviço que se instalarem na região.


Por nota, a Polícia Militar confirma a participação na reunião desta semana e que “está intensificando o policiamento da região e dará o apoio necessário com relação a segurança dos órgãos municipais para desenvolverem ações de abordagem social e zeladoria nas imediações”.


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