Moradores dos morros devem deixar casas no caso de insegurança, diz geólogo

Profissional da Defesa Civil de Santos alerta se tratar de uma ação preventiva e dá orientações

Por: Matheus Müller  -  05/03/20  -  09:13
Moradores dos morros devem deixar casas no caso de insegurança
Moradores dos morros devem deixar casas no caso de insegurança   Foto: Vanessa Rodrigues

A tragédia que assolou a região e, principalmente, os morros da Baixada Santista, entre a noite de segunda (2) e a madrugada de terça-feira (3), acendeu todos os alertas dos governos e órgãos que participam das ações. O geólogo da Defesa Civil de Santos, Marcos Bandini, orienta: “Preventivamente, na dúvida quanto à segurança do local, saiam de casa e nos liguem para uma avaliação”. O telefone é o 199.


Há anos não são registradas ocorrências dessa magnitude na região. O temporal deste começo de mês, inclusive, já figura entre os três maiores desastres naturais na Baixada. A última morte em decorrência de escorregamentos aconteceu em 2000, de acordo com Bandini.


Apesar de todo o trabalho realizado pelos órgãos para reduzir o número de vítimas nos morros em dias de temporais, “todas as orientações e alertas foram insuficientes”, segundo o geólogo.


“Temos muito que aprender com o que aconteceu. Devemos estar preparados para eventos desse porte, que, infelizmente, estão se tornando mais frequentes, também pela questão das mudanças climáticas”, disse.


  Foto: Arte: Mônica Sobral/AT

Poderia ser evitado


Um deslizamento no Morro São Bento, em Santos, destruiu moradias e deixou cinco pessoas soterradas, um casal e três crianças. Todos estavam na mesma casa. O incidente, é fato, ocorreu após o temporal entre segunda e terça-feira, mas, de acordo com o geólogo, poderia ter sido evitado, se a população seguisse algumas orientações quanto à destinação das águas pluviais e servidas (de esgoto).


Ele explica que a região está em uma área de monitoramento constante da Defesa Civil. “Não é uma situação de condenação [das casas], mas de avaliação”. O trecho, no entanto, é citado por ele como sendo de “maior risco”. Os imóveis próximos ao escorregamento foram interditados.


“Aquelas casas atingidas tinham sido visitadas. Os problemas estão ligados à rua superior da encosta, por conta de irregularidades na destinação de águas pluviais e servidas”.


A Rua Valéria é um exemplo. O trecho, considerado seguro se comparado a outros no morro, pode causar problemas, caso os moradores não adotem certas precauções. “Se as casas lançam as águas dos telhados e as servidas direto na encosta, esta fica instável”.


Ele ressalta que essa situação foi o que “acelerou a instabilidade já natural desse trecho de encosta, que não é dos mais adequados para a moradia”.


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