Diante de tanto medo e incertezas, diversas pessoas têm se solidarizado com o próximo e colocado à disposição para ajudar em uma linda corrente do bem. Em um prédio da Pompeia, em Santos, moradores deixaram seus nomes e números do apartamento para os idosos que precisarem de algo da rua.
Desde a metade da semana passada, dois casais decidiram ser os braços e as pernas de quem não pode sair de casa nesse momento de pandemia do coronavírus. Nos elevadores social e de serviço, está o cartaz dizendo que eles podem ir ao mercado e à farmácia, por exemplo.
“Vimos essa ideia nas redes sociais e fizemos a mesma coisa. Eu acho que isso é o mínimo que um cidadão do bem pode fazer pelo próximo, principalmente pelos idosos”, diz o advogado Bruno Silva Nunes, de 31 anos.
Além de ter feito as compras para essa senhora, ele ainda levou um pouco de álcool e luvas. “Avisei que ela precisava fazer a esterilização e só depois tirar as luvas”.
A mulher dele, a analista ambiental Patricia de Paiva Cardoso, de 34 anos, que teve a ideia de ajudar e preparou o cartaz para os elevadores social e de serviço.
“Nós copiamos o texto igual ao que vimos na internet. Queríamos nos colocar à disposição rápido”.
O coordenador de academia Lucas Ferreira Pimentel, de 30 anos, que há um ano mora no prédio, viu o cartaz e decidiu participar também.
“Moro no primeiro andar e peguei o elevador só para subir as compras. Foi quando acrescentei meu nome. Ninguém pediu ajuda ainda, mas uma senhora me interfonou emocionada e agradeceu muito. Estou fazendo o que gostaria que fizessem pela minha família que mora longe”.
Ao saber da iniciativa do marido Lucas, a nutricionista Mayara Oliveira Pimentel, de 27 anos, assinou embaixo.
“Eu achei muito bacana, ainda mais quando a senhora ligou para a gente agradecendo. Espero que outras pessoas se mobilizem para fazer o mesmo”.
Felicidade
Quem agradece a iniciativa dos vizinhos é o aposentado Jameson Silva Filho, de 76 anos. Apesar dele pedir tudo pela internet, diz que ficou feliz pelos idosos que precisam de ajuda neste momento.
“Achei espetacular essa atitude. Pelo menos 80% são idosos no nosso prédio. São muitas viúvas. Minha mulher até chorou quando viu a mensagem no elevador. É bonito demais ver esse tipo de atitude em um tempo em que as pessoas não se importam mais com o outro”.