Moradias destruídas e famílias desabrigadas: O que sobrou nos morros de Santos após temporal?

Uma semana após fortes chuvas e ventos, habitantes dos morros Santa Maria, Tetéu e Vale Verde ainda lidam com impactos e batalham para reconstruir residências

Por: Daniel Gois  -  29/11/20  -  11:40
Ventos derrubaram árvores e destruíram telhas de barracos em morros de Santos
Ventos derrubaram árvores e destruíram telhas de barracos em morros de Santos   Foto: Arquivo pessoal/Gabriel Silva dos Santos Menezes

O temporal que atingiu Santos na última semana destruiu parte do telhado da casa em que o jovem Gabriel Silva dos Santos Menezes, de 22 anos, mora junto com a mãe, no Morro Santa Maria. A combinação de chuva e ventos fortes fez o jovem perder quase todas as roupas, além de ter colchão e cama de onde mora completamente molhados. 


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“A gente teve que ficar um bom tempo fora de casa”, recorda Menezes. “Com a chuva e o vento, caíram mais ou menos uns quatro troncos em cima do telhado, destruindo boa parte. Abriu um buraco nas telhas, tanto na área, quanto no quarto e na cozinha. Perdi quase todas as minhas roupas. Com a chuva, molhou quase tudo, e precisei jogá-las fora. Molhou colchão, cama da minha mãe”, lamenta. 


Além do Santa Maria, a região do Vale Verde e o Morro do Tetéu também foram fortemente afetados pelos ventos, que atingiram a velocidade de 120km/h, assim como o alto índice pluviométrico, superando 117 milímetros, segundo a Defesa Civil de Santos.


Com os impactos, Gabriel Menezes precisou ficar abrigado em casas de amigos enquanto parte do barraco onde mora é reconstruído. Ele está desempregado desde o início da pandemia do novo coronavírus, o que limita ainda mais as condições socioeconômicas.


Ventos chegaram a 120km/h, levando telhas e móveis de moradores
Ventos chegaram a 120km/h, levando telhas e móveis de moradores   Foto: Arquivo pessoal/Gabriel Silva dos Santos Menezes

Líder comunitária, a webdesigner Marcella Evylin, de 43 anos, que mora entre o Morro do Tetéu e o Santa Maria, não teve a casa atingida pelo último temporal, mas destaca o impacto causado pela forte ventania às residências dos moradores do entorno. 


“A gente não esperava esse vento todo. Fez um estrago tremendo. Já passou uma semana e ainda há moradores com a casa destelhada. Quando voaram os barracos, foram junto guarda-roupas, mantimentos. O que o vento pôde levar, levou. Os moradores estão com rosto triste e desolado”, conta Marcella. 


Moradora do Vale Verde há dois anos, a diarista Chrisley Santos Ozório da Silva, de 40 anos, conta que perdeu praticamente tudo em função do temporal, ficando apenas com geladeira, fogão e mesa de ferro. Desde então, ela tem recibido doações de roupas e mantimentos por parte de familiares. 


“Voaram as telhas, perdi guarda-roupas, cama, molhou tudo. Quebrou televisão, hack. Só sobrou a geladeira, fogão e mesa de ferro”, recorda Chrisley, que sofreu danos maiores logo no primeiro dia de chuvas, na segunda-feira (16). 


Segundo a Defesa Civil de Santos, a maioria das árvores comprometidas já foi retirada, enquanto os danos causados por quedas de galhos e troncos de árvores em vias públicas já começaram a ser ressarcidos.


Ainda conforme informado pela prefeitura, 15 famílias que tiveram moradias afetadas pelo temporal foram encaminhadas para a Secretaria de Desenvolvimento Social. Elas foram atendidas pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Nova Cintra, que providenciou a concessão de cesta básica, colchões, leite e fraldas, além de outros mantimentos.


Para ajudar os moradores, basta entrar em contato diretamente com Marcella Evylin, pelo número (13) 99604-7661.


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