Microempresas geram mais de 2,6 mil empregos em Santos; veja como empreender

Expectativa é de que contratações continuem a topo vapor

Por: Nathália de Alcantara  -  24/01/20  -  09:05
Milena apostou em uma paixão antiga e hoje está realizada como dona da Orla da Prata
Milena apostou em uma paixão antiga e hoje está realizada como dona da Orla da Prata   Foto: Silvio Luiz

A consultora de beleza Milena Esposito Sarno Martins, de 32 anos, se jogou de cabeça em uma paixão antiga e que agora tem nome e CNPJ. Quem acha que ela rema contra a maré está enganado, porque as pequenas empresas abriram 2.619 vagas de emprego em Santos, entre janeiro e novembro de 2019. E tudo indica que seguirão contratando, garantem especialistas.


A Orla da Prata foi o sonho que ganhou forma e endereço fixo no segundo semestre de 2019. “Trabalho com joias em prata e essa ideia veio de experiência minha. Só achava loja bacana e com bom preço pela internet. Mas sempre achei importante experimentar, sentir a qualidade da peça”.


O primeiro curso do Sebrae aconteceu no fim do ano passado e deu à Milena a coragem que faltava. “Vou em casa para fazer atendimento, mas tenho um ponto no Boqueirão. As pessoas estão saindo da crise e criando novas oportunidades”.


E ela está coberta de razão. O saldo de vagas, em 2019, entre micro e pequenas empresas, é 51,7% maior que o registrado no ano anterior, segundo análise do Sebrae-SP, com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).


O destaque foi o setor de serviços, que abriu 1.360 novos postos, seguido da construção civil, com 937. O saldo de vagas é resultado da diferença entre o número de contratações e desligamentos nas empresas.


“Acho que este ano será muito próspero. Empreender é acreditar no seu atendimento, no seu produto, e fazer o melhor possível. Claro que, numa crise, as vendas serão menores. Mas sempre vamos vender”, diz Milena.


Outro lado


Veja como empreender com muito sucesso
Veja como empreender com muito sucesso   Foto: Arte: Mônica Sobral/AT

No mesmo período, as médias e grandes empresas fecharam 1.814 postos na região. “Quem vai gerar os empregos que o país precisa não serão os gigantes, mas as pequenas e micros, que contratam ou transformam desempregados em empreendedores. E os números mostram a força dos pequenos negócios”, defende o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit.


As pequenas empresas ainda foram responsáveis por 80,8% dos empregos criados entre janeiro e novembro de 2019 no estado, enquanto as médias e grandes, por 19,2%.


Segundo o gerente do Sebrae Baixada Santista, Marco Aurélio Rosas, as pessoas estão mais confiantes e a taxa Selic mais baixa. “Isso faz com que se invista mais em negócios de alto risco para ganhar mais”.


Para quem quiser apostar em alguma ideia, Marco Aurélio dá a dica de que três fatores são determinantes para a sua empresa dar certo. Ou errado.A primeira falha é a ausência de planejamento, como montar uma estrutura sem qualquer estudo ou pesquisa. Em segundo lugar, aparece a gestão ineficiente.


“Uma coisa é saber fazer o seu trabalho. Outra é ser dono de um negócio”, diz Marco Aurélio. Por último, é preciso ter comportamento empreendedor. “É um espírito a se desenvolver”.


Segundo o economista Eduardo Carlos Sampaio, a tendência é de que as contratações continuem. “É a hora de colher bons frutos”.


Nova Iorque


Depois de 22 anos como dona de uma empresa de variedades no Humaitá, na Área Continental de São Vicente, Andréia Barros, de41, ainda não perdeu a vontade de aprender e buscar novidades para os clientes.


Andréia acabou de voltar de Nova Iorque (EUA), onde buscou novidades para os clientes
Andréia acabou de voltar de Nova Iorque (EUA), onde buscou novidades para os clientes   Foto: Divulgação

Tanto que acabou de voltar de Nova Iorque (EUA), onde esteve em visita técnica preparada pelo Sebrae em mais de 30 empresas. A ideia era conhecer tipos de negócios e a história de sucesso de cada um deles.


“É importante observar os concorrentes e fazer algo diferente, oferecer uma ótima experiência para que o seu cliente lembre de você quando precise de algo”.


Andréia, aliás, está muito confiante para este ano. “Fui observar as tendências tecnológicas e o que tinha de novidade em varejo. Algo que eu trago da viagem é um conceito encantador. As empresas têm não só o objetivo de vender, mas agregar valor ao que está sendo oferecido. Isso é conquistar o cliente e fidelizar”, diz a dona da Magnífica.


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