Manutenção do Orquidário é questionada por visitantes em Santos

Prefeitura nega falhas e cita aproximação com natureza

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  30/05/19  -  01:45
Viveiro de animais passa por reparos meio a obras gerais constantes, dizem secretário e coordenador
Viveiro de animais passa por reparos meio a obras gerais constantes, dizem secretário e coordenador   Foto: Irandy Ribas

Em um passeio no Orquidário, no José Menino, em Santos, visitantes reparam nas folhas caídas no chão e nas redes dos viveiros, nas marcas dos vidros, na cor da água e no número de animais. Com frequência, dizem não conseguir observar um ou outro bicho. Em resposta, o secretário de Meio Ambiente de Santos em exercício, Eder Santana, afirma serem situações normais de um parque que busca se aproximar ao máximo do que é a natureza.


Um dia após ouvir críticas de visitantes do parque e transmiti-las à Prefeitura, a Reportagem foi convidada para um novo passeio pelo local, agora ao lado de Santana e do coordenador do parque, Rodrigo Derbedrossian. Ambos afirmaram que a manutenção e a limpeza do equipamento são constantes.


Eles justificaram que, devido ao tamanho do parque e à ação da natureza, é impossível não haver uma folha sequer no chão, nos lagos e redes. Sobre o número de animais, eles comentam que o espaço não visa à retirada das espécies da natureza para que fiquem em exposição, mas tem a função de cuidar daqueles que não têm condições de voltar ao ambiente natural.


Apesar da resposta, a dona de casa Ana Kátia Paulino, que recentemente levou as duas filhas ao parque, dizia que o espaço era mais bem cuidado. “Aqui era mais limpo. Parece mal cuidado pelo preço que estão cobrando (R$ 8,00 o valor da entrada inteira)”.


Novo conceito


Santana aponta que algumas pessoas ainda têm na memória o que foi o Orquidário há muitos anos. “(No passado) Você até dava alimentos para os bichos. Mudou o conceito. O Orquidário é um equipamento de contemplação, não só dos animais, mas da natureza”, diz Santana.


Outras impressões dos visitantes foram expostas ao secretário em exercício, como as decepções por não terem conseguido avistar o jacaré (só há um no parque) ou alguma ave. Santana explica que isso tudo é comum no espaço.


“O jacaré, às vezes, fica debaixo d’água e demora a voltar. Não vou tira-lo de lá. Oferecemos um ambiente o mais natural possível. O local parece escuro, mas é porque tenho árvores. Não vou deixar o animal exposto. Queremos dar qualidade de vida a eles”, explica.


Mostruário desagrada; haverá obras


Paredes esverdeadas terão pintura, e espaço será impermeabilizado
Paredes esverdeadas terão pintura, e espaço será impermeabilizado   Foto: Alexsander Ferraz

A paulistana Jusandra Miranda visitou o Orquidário com a filha e o marido. Gostou do passeio, mas não entendeu por que o Mostruário de Orquídeas estava sem espelho d’água e com “quatro plantinhas e só. É um espaço perdido”.


O coordenador do parque, Rodrigo Derbedrossian, explica que as orquídeas têm um tempo de floração, após junho. Mas há espécies que desabrocham em outras épocas.


Vazamento


Onde deveria haver espelho d’água, há marcas de um vazamento, diz o secretário em exercício de Meio Ambiente, Eder Santana.


A impermeabilização está atrasada, e a Prefeitura multou a empresa com a qual tinha contrato. Ela só receberia o pagamento se terminasse a obra, conforme acordo firmado por meio de ata de registro de preços.


Uma nova licitação, no mesmo modelo, foi promovida, e se admitiu outra empresa. “A obra deve começar em dois meses. Acredito que, se não tiver nenhum problema, o prazo (de conclusão) deve ser de 90 dias. Sem dúvida, será entregue neste ano”, aponta Santana.


As paredes do local também estão esverdeadas por causa do limo. Ele afirmou que a estrutura será pintada.


Ratos


A advogada Gisele Almeida esteve com as duas filhas no parque e contou ter visto ratos. Rodrigo Derbedrossian não duvida de que isso tenha acontecido, ainda mais por se tratar de um bosque aberto. Ele destaca que há um trabalho para evitar roedores, mas é complexo e demanda cuidado, pois os demais animais não podem ser afetados. “Não se pode colocar veneno. São montadas armadilhas (que não afetamos demais bichos), e já entramos em contato coma equipe que cuida disso”.


Multa por atraso


A empresa Eletrowal Serviços Ltda. foi multada pela Prefeitura de Santos em R$ 6.170,36 devido ao atraso de 280 dias, no ano passado, na conclusão do serviço de adequação do laboratório térreo do prédio da Botânica do Orquidário. Ele foi transformado em Laboratório Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente. A obra custou R$ 61.703,57 e já acabou. Uma equipe da secretaria trabalha na unidade.


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