Mais de 200 pessoas protestam no Gonzaga pedindo justiça para a blogueira Mariana Ferrer

Ela acusa o empresário André de Camargo Aranha de a ter estuprado em uma casa noturna em Santa Catarina; assunto teve repercussão na semana após o réu ser absolvido

Por: Nathália de Alcantara  -  08/11/20  -  22:02
  Foto: Matheus Tagé/AT

A praia planejada pela estudante Luiza, de 16 anos, ficou para outro dia. Acompanhada da mãe e psicóloga Fernanda Santana, de 40, ela foi neste domingo (8) até a Praça da Independência, no Gonzaga, participar de um ato pela modelo e blogueira Mariana Ferrer, que acusa o empresário André de Camargo Aranha de a ter estuprado em uma casa noturna em Santa Catarina. Junto com elas, mais de 200 mulheres e homens também se reuniram na luta por outros direitos das mulheres.


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“Eu e cinco amigas trocamos a praia pela manifestação. Temos de nos unir para não permitir que essas coisas aconteçam. É justamente para continuarmos indo à praia com a roupa que quisermos”, diz Luiza.


A mãe, Fernanda, quando soube da iniciativa da filha, decidiu ir junto para apoiar. “Fiquei muito orgulhosa quando ela me procurou para dizer sobre os planos do domingo. O que eu poderia fazer? Estar com elas e mostrar o quanto me inspiraram”.


O estudante de Arquitetura Vinícius Ferreira, de 21 anos, diz que viu um compartilhamento do evento nas redes sociais e convidou uma amiga para ir com ele.


“Inicialmente, tem a ver com a repercussão do caso da Mariana Ferrer. Mas outras questões estão envolvidas, principalmente relacionadas à luta feminista e ao direito da mulher. Vim fazer parte dessa luta porque todo o vídeo do julgamento é bastante chocante”.


Para Vinícius, os homens deveriam participar mais de atos como esse. “É uma causa de toda a sociedade, e não exclusivamente de homens e mulheres”.


A estudante de Direito Sophia Iozzi, de 18 anos, também mobilizou amigos e conhecidos para mostrarem sua indignação.


“Aconteceu com a Mariana dessa vez, mas poderia ser com qualquer uma de nós. Isso vem acontecendo desde que o mundo é mundo e não podemos aceitar. Já demos muitos passos importantes, mas a caminhada é longe. Não é em um dia que resolveremos isso”.


No ato, os participantes usaram roupas pretas e máscaras claras. Também fizeram oito minutos de silêncio em referência ao tempo em que cada mulher é estuprada no Brasil.


A decisão da manifestação aconteceu após a divulgação do julgamento do caso em que a conduta do advogado de defesa do empresário, Claudio Gastão da Rosa Filho, foi questionada, além da decisão do juiz Rudson Marcos em absolver o réu.


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um processo disciplinar contra o juiz que permitiu os ataques do advogado de defesa contra a vítima durante o julgamento.


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