A dona de casa Janeide Santos da Conceição, de 43 anos, pede ajuda para ter acesso a cuidados básicos para seu filho, Gabriel Santos Pierri, de 13. O garoto foi diagnosticado com síndrome de Down e autismo na infância. Quando tinha seis anos, sofreu uma queda, bateu a cabeça e as complicações de um traumatismo craniano levaram à cegueira, além do surgimento de um pseudotumor cerebral, entre outros problemas.
O laudo médico emitido pelo Ambulatório de Neurologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde ele faz acompanhamento, aponta que Gabriel tem "comprometimento da linguagem social, estereotipias e irritabilidade intensa, pseudotumor cerebral com uso de derivação ventrículo peritoneal, epilepsia sintomática e parkinsonismo de etiologia idiopática provável".
Atualmente, ele é totalmente dependente para todas as atividades básicas diárias, e com a progressão da doença e disfagia evolutiva, com perda de peso, necessita de cuidados de enfermagem, fisioterapia motora e fonoaudiologia.
A família, moradora do bairro Saboó, em Santos, passa por dificuldades, já que Janeide está desempregada e o benefício previdenciário do filho foi cancelado. Ela precisa de mantimentos, fraldas e produtos de limpeza e higiene pessoal para poder cuidar de Gabriel. “Hoje em dia, a gente vive basicamente de doações”.
Hoje, Gabriel se alimenta por uma sonda gástrica e só pode ingerir sopas. “Quem é a enfermeira dele 24 horas por dia sou eu. Precisamos de doações de verduras, legumes e frutas para eu poder fazer a sopa dele”, diz a mãe.
Janeide explica que o filho recebe atendimento médico a domicílio pela Prefeitura de Santos, e ainda realiza tratamentos na Unifesp, na Capital. “Descobrimos no fim do ano passado que ele está desenvolvendo Alzheimer. Dos 6 anos para c,á a saúde dele ficou muito comprometida”.
Sem recursos
Preocupada, a mãe diz que não tem renda, e que o benefício da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), um direito de Gabriel, está suspenso há oito meses. “Eu venho brigando com o INSS desde junho do ano passado, não tenho outros recursos”.
Indignada, Janeide conta que por diversas vezes tentou, pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da Prefeitura de Santos e pelo Fundo Social de Solidariedade (FSS), obter cestas básicas e fraldas para o filho, sem sucesso. “Vai fazer quatro meses que eu não consigo pegar fraldas, porque a prefeitura só compra tamanhos grandes. É um descaso, uma humilhação. Desde janeiro estamos sem cesta básica”.
ATribuna.com.br entrou em contato com a Prefeitura de Santos, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Doações
Sensibilizado com a história de Gabriel, um grupo de advogados da Baixada Santista se mobilizou para arrecadar mantimentos e outros donativos, que serão entregues a Janeide. Interessados podem contribuir doando fraldas geriátricas tamanho M, lenços umedecidos, pomadas para assaduras, alimentos, sabão em pó, entre outros itens.
Os endereços para doações são:
Santos
Associação dos Advogados Trabalhistas de Santos e Região - Rua Brás Cubas, 158, 1º andar, Centro.
São Vicente
OAB Subseção de São Vicente - Rua José Gonçalves Paim, 147-39, Parque Bitaru.