As obras nas avenidas Nilo Peçanha e Moura Ribeiro, no Marapé, em Santos, deveriam ter sido concluídas em maio, mas, segundo a prefeitura, as “chuvas torrenciais que provocaram a derrubada das paredes internas do canal e de muretas”, atrasaram os serviços. Mesmo insatisfeitos, os moradores terão que esperar até dezembro, novo prazo apresentado pela administração municipal, para o fim das intervenções.
As atividades realizadas pela Construtora Interiorana Ltda (de Barra Bonita/SP), vencedora da licitação, começaram em novembro de 2018 e tendem a beneficiar os moradores com novos passeios acessíveis, passarelas, sinalização viária horizontal, iluminação pública, paisagismo, ciclofaixa e restauração de muretas do canal.
As justificativas do atraso, porém, não confortam os moradores e alimentam a desconfiança sobre o novo prazo. “Essa obra no Marapé está uma verdadeira ladainha. Eles fazem um pedaço e depois param”, diz a microempreendedora Heloisa Helena Loureiro Machado, de 61 anos.
Em texto publicado recentemente na coluna Tribuna do Leitor, o morador Sérgio Lima aponta a redução no ritmo dos serviços.
“O número de trabalhadores diminuiu e a prefeitura começou, com a mesma equipe, outro trabalho no canal da Santa Casa, obra que foi concluída e ficou muito boa. Mas as obras da Avenida Dr. Moura Ribeiro estão paralisadas, restando nas calçadas buracos, algumas pilhas de tijolos e nem sombra do tão esperado retorno”, lamentou.
Detalhes
A Reportagem esteve no local e constatou a presença de apenas três funcionários – todos trabalhando no canal. Apesar das calçadas terem sido concluídas, ainda faltam detalhes, como o plantio de árvores, para que sejam finalizadas.
Os postes de iluminação foram instalados, mas ainda estão sem energia, e os conduítes estão expostos. Os bloquetes usados para reparar o canal também estão nas calçadas e as sinalizações de trânsito ainda não foram recolocadas, assim como as faixas de pedestres não foram pintadas. “É um descaso com o dinheiro público”, critica Heloisa.
O aposentado Regino Luiz Oliveira, de 62 anos, diz que desde o começo o serviço é lento, mas a situação se agravou nos últimos meses. Segundo ele, outro problema da obra é a falta de planejamento, pois tem muito detalhe a ser feito e decisões erradas foram tomadas. “Concretaram o piso e depois retiraram as árvores. Quebraram o piso de novo”.
Resposta
A prefeitura informa que foi pedido um aditamento da obra de 120 dias, além de 90 dias para que o Departamento de Apoio às Estâncias Turísticas (Dadetur) possa analisar a repactuação e cronograma das intervenções, o que vai culminar no novo prazo de conclusão em dezembro. “Até o momento não há nenhuma alteração de valor da obra”.
Quanto aos detalhes que não foram concluídos, a administração diz que “os serviços nos canais estão em andamento, já a sinalização de solo e a iluminação são etapas finais da obra. Os trechos de calçada com terra são destinados ao plantio de árvores”.
A prefeitura ressalta que a Coordenadoria de Paisagismo apontou a necessidade de substituição de 46 árvores da espécie nativa guarandi, “que foram retiradas porque estavam condenadas”. “O projeto de requalificação do trecho prevê o plantio de 79 árvores da mesma espécie”.