A luta pelo desarmamento nuclear transformou o Monumento aos Imigrantes Japoneses, no Parque Municipal Roberto Mário Santini (no Emissário Submarino, em Santos), em palco para reforçar a mensagem sobre a necessidade de se manter a paz mundial.
O alerta veio nesta sexta-feira (9), por meio das recordações de três imigrantes japoneses que foram vítimas do ataque atômico sofrido pelas cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
Takashi Morita, de 95 anos, tinha 21 na época. Era soldado, estava a 1,3 quilômetro de distância do local da explosão e mantém na memória tudo o que passou naquele 6 de agosto.
“Frente de casas caiu, tinha gente gritando. Tirei pessoas de dentro de casa, que sobreviveram. Muito triste. O mundo precisa de paz. Hiroshima e Nagasaki, nunca mais”, disse.
Kunihiko Bonkohara, de 79 anos, tinha 5 no dia do ataque. Estava no escritório do pai, a apenas dois quilômetros do epicentro. Quando tentaram voltar para casa, machucados, foram atingidos pela chuva negra posterior à explosão.
“Atrás do escritório tinha um rio. Nos lavamos e, nessa hora, tinha muita fumaça. Vimos pessoas carbonizadas pelas ruas ou andando com os braços dobrados e a pele pendurada. Foi muito difícil”, descreveu.
Junko Watanabe, de 77 anos, tinha 2 anos e só descobriu que estava no momento da explosão da bomba atômica aos 38. A família dela tentou protegê-la de possíveis preconceitos e represálias.
“O mundo inteiro está repetindo muitas coisas. Se cair uma outra bomba como ocorreu no passado, hoje, será pior e vai acabar a nossa Terra”, declarou.
Agora, eles fazem questão de contar suas histórias em eventos como o Dia da Luta pelo Desarmamento Nuclear, na Cidade, e numa peça que será exibida no Teatro Coliseu, no dia 31 (veja destaque).
“O espetáculo já ocorre desde 2013 e apanha diversos momentos da vida deles. É dinâmico, não apenas documental. O objetivo é tratarmos sobre paz, empatia”, diz o roteirista e diretor do espetáculo, Rogério Nagai.
Crianças
No evento, houve apresentação de danças típicas do Japão. A paz foi pedida também pelos alunos da UME Pedro II em forma canção, com ingrediente especial: também foi interpretada em Libras.
No teatro