Isolada na quarentena, vovó cria podcasts para contar histórias às netas

A cada semana, uma nova história, em que as meninas são parte do enredo

Por: Arminda Augusto  -  06/07/20  -  21:54
Ivani Cardoso grava histórias para as netas Helena, de seis anos e Júlia, de um ano
Ivani Cardoso grava histórias para as netas Helena, de seis anos e Júlia, de um ano   Foto: Fotos: Arquivo pessoal

O isolamento social afastou a santista Ivani Cardoso do convívio com as netas, mas ela encontrou uma forma muito criativa para não perder os laços com as meninas, Helena, de seis anos e Júlia, de um ano. Ivani e o filho Mario moram na Capital, e a convivência com as netas era frequente, até que chegou a pandemia do coronavírus e ela, por ter mais de 60 anos, vem seguindo à risca a recomendação de evitar o contato social.


Conversas por telefone e vídeo com o filho, a nora e as netas seguiram até início de abril,  quando ela teve a ideia de resgatar o hábito de contar histórias para as meninas de uma outra forma. Ivani, que foi editora de Cultura de A Tribuna até início dos anos 2000, começou a gravar áudios com pequenas histórias infantis, em que as meninas estão sempre inseridas entre os personagens.


Foi assim que Helena e Julia entraram, por exemplo, na tradicional “Alice no País das Maravilhas” e viraram amigas da personagem principal. O final das histórias sempre traz algum ensinamento às meninas. Ivani Cardoso também cria pequenos enredos, escreve e depois grava em seu celular. As histórias duram menos de quatro minutos, e são enviadas por rede social para o filho.


“Além da saudade que o isolamento provocou, tinha medo delas se esquecerem da minha voz, dos nossos momentos. Falar por vídeo é sempre bom, mas já não estava sendo suficiente”, diz Ivani, que ainda não sabe quando será possível encontrar as meninas pessoalmente.


A iniciativa prosperou e virou uma rotina na casa de Julia e Helena, que toda semana aguardam a chegada de uma nova historinha. Já foram mais de dez até agora. Elas são lidas pelo pai na hora de dormir. “Elas escutam as histórias, e especialmente a Helena comenta comigo depois. É um carinho que faço mesmo à distância”.


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