Imóveis maiores lideram alta em Santos

Preços dos apartamentos de quatro dormitórios aumentaram 6,46% em setembro, na comparação com agosto, segundo pesquisa

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  15/11/20  -  14:00
 Imóveis maiores lideram alta em Santos
Imóveis maiores lideram alta em Santos   Foto: Matheus Tagé

Está mais caro comprar imóveis maiores em Santos. O preço do imóvel de quatro dormitórios aumentou 6,46% em setembro, na comparação com o mês anterior. Já o de três quartos subiu 3,31% no mesmo período. Os índices representam a maior alta mensal desde o começo da pandemia, em março.


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Os dados são do Índice FipeZap. O cálculo é feito a partir de anúncios, formando uma base de dados com mais de 500 mil ofertas de imóveis por mês. A pesquisa não considera o valor que no final da negociação é realmente pago. 


De acordo com a pesquisa, no acumulado dos últimos 12 meses, os preços dos imóveis santistas (de um a quatro quartos) anunciados cresceram 2,28%, abaixo da inflação, que está em 3,92% no acumulado de 12 meses medido até outubro.


Mais cidades


Outras cidades da região também registraram variação nos preços.


Em Praia Grande, o acumulado de 12 meses indica aumento de 0,65% nos anúncios. Em setembro, a alta é de 0,45% em relação a agosto. 


Guarujá registrou variação mais contida, com 0,10% no acumulado dos últimos 12 meses e 0,37% em setembro, se comparado a agosto.


São Vicente foi a única cidade onde os preços caíram nos últimos 12 meses: -1,13%. Em setembro, os preços ficaram estáveis (praticamente não mudaram desde agosto). 


Para o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Carlos Meschini, o retrato é fiel ao comportamento do mercado durante a quarentena. “As pessoas sabem que a pandemia pode demorar para passar e deixam a tendência de 2019, de comprar apartamentos menores, para buscar maiores e localizados no Interior para fazer home office. Com cenário de vacina ano que vem, essa tendência ainda perdura por mais uns dois anos”.


Segundo o delegado regional do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Carlos Ferreira, os imóveis estão com sua melhor valorização em seis anos, considerando aplicações conservadoras - ainda que a diferença entre o preço anunciado e valor no contrato seja cerca de 15% menor.


De acordo com ele, a queda dos juros estimula o crédito da casa própria. Hoje, a média do crédito para imóveis é de 7%. “Dados da Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram um aumento de 74% nos financiamentos em setembro, comparado ao mesmo mês de 2019. É um mercado aquecido”.


Cartório


Para a diretora de relações institucionais do Registro de Imóveis do Brasil, Patrícia Ferraz, ainda é cedo para falar em mercado aquecido. Dados publicados pela Fipe, em setembro, mostram que houve aumento de 10,3% nos contratos de compra e venda na comparação com agosto. Os números são positivos, mas o patamar é parecido com o cenário pós-crise de 2017. O número de contratos de compra e venda de janeiro a setembro foi de 7.167.


Em todo o ano passado, esse número chegou a 10.251. Segundo Patrícia, entre os fatores que contribuem para esses números estão endividados que vendem os imóveis para fazer caixa, trabalhadores buscando apartamentos maiores por conta do home office e inventários por falecimentos (no caso dos registros de transferências de imóveis). Nas transferências (herança, integralização de capital), são 10.179 registros até setembro. Em 2020, foram 14.932 registros. “Uma parte é a retomada daquelas operações de transferências que ficaram paralisadas na pandemia”.


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