Imóveis em situação precária preocupam no Centro de Santos

Marquises deterioradas, sacadas em ruínas, elementos soltos: pedestres temem queda

Por: Da Redação  -  30/05/19  -  22:58
Há casarões dos quais sobraram apenas as fachadas; estado da edificação denota anos de descuido
Há casarões dos quais sobraram apenas as fachadas; estado da edificação denota anos de descuido   Foto: Carlos Nogueira

Andar pelas ruas do Centro de Santos exige atenção extra dos pedestres. Não basta apenas tomar cuidado ao atravessar as ruas ou olhar para baixo para não tropeçar. O perigo pode vir de cima. Em muitos imóveis, marquises visivelmente deterioradas põem em risco quem anda pela região.


Vias como General Câmara, Braz Cubas e Senador Feijó têm vários prédios com problemas. A Tribuna circulou por essas vias e encontrou pelo menos dez estruturas comprometidas, com umidade aparente, ferragens expostas e concreto se desfazendo. Outro indício de danos são plantas saindo pela construção. O mesmo perigo está presente em beirais e sacadas.


“Dá medo de andar debaixo dessas marquises. Sempre fico com a sensação de que elas podem cair a qualquer momento. Evito de todos os jeitos”, conta a autônoma Josileide Ramos, de 43 anos.


O temor é justificado. Em 2011, a queda de uma marquise no Centro matou um homem. Na época, a Prefeitura mapeou todas as edificações com marquises. Naquele ano, houve 1.791 intimações para que proprietários demolissem ou restaurassem as estruturas danificadas.


Por nota, a Prefeitura afirma que a Coordenadoria de Inspeção de Instalações e Locais de Eventos, Desenvolvimento Tecnológico e de Segurança “acompanha cotidianamente problemas estruturais não apenas do centro de Santos, mas de toda a Cidade”. No ano passado, ocorreram 4.820 intimações e multas.


Levantamento 


O ouvidor municipal Rivaldo Santos explica que, além de ações de fiscalização, a Prefeitura deve atualizar um levantamento de imóveis abandonados.


“Tínhamos cerca de 110 imóveis abandonados ou subutilizados. Agora, com o apoio da Guarda Municipal, da subprefeitura da região central e de uma comissão coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, devemos atualizar esses dados”, afirma.


No levantamento, se for constatado o abandono das áreas por mais de um ano, a Prefeitura passará a intimar os proprietários a dar destinação para os locais.


“Claro que, nos casos que envolvem iminente risco, a Prefeitura vai ao local e, por exemplo, tira o reboco que está prestes a cair”, afirma Santos. Ainda segundo ele, a Prefeitura fiscaliza todos os imóveis, intima, multa e, quando chega ao limite do processo administrativo, entra na Justiça para fazer com que o proprietário zele pelo imóvel.


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