A Associação Independente Anjos do Senhor não está relacionada a igrejas, prefeituras ou qualquer tipo de organização. O grupo de amigos distribui sopa e cobertores a moradores de rua da região do Mercado Municipal de Santos todas as quartas-feiras. A associação reúne pessoas que têm em comum o anseio de fazer o bem ao próximo, algo que a presidente Tânia Aparecida de Castro Souza, de 61 anos, avalia como “uma grande satisfação”.
Tânia conta que o grupo já existe há 18 anos, tendo sido criado com o intuito de oferecer o mínimo de conforto a moradores de rua. Há dois anos, Tânia foi eleita pela associação independente como a presidente.
Apesar de não medirem esforços para ajudar famílias necessitadas, Tânia explica que o grupo também passa por algumas instabilidades. “A gente não tem um local nosso, mas já tivemos vários locais onde deixam a gente fazer a sopa, e ficamos o tempo que deixarem. Agora, estamos na Loja Maçônica Hiram Abif”, diz.
Do próprio bolso
Além de contar com a solidariedade de outras pessoas e instituições para poderem realizar o trabalho, o grupo frequentemente costuma tirar dinheiro do próprio bolso para garantir os seis caldeirões de sopa, pães, sucos e roupas que são distribuídos, religiosamente, toda quarta-feira.
A presidente da associação acredita que o aumento do desemprego no país contribuiu para que mais famílias procurassem ajuda da Associação Independente Anjos do Senhor. “Nós atendemos a moradores de rua e famílias dos cortiços na região do Mercado Municipal”.
Para arrecadar fundos, os Anjos do Senhor realizam brechós e jantares temáticos beneficentes, como a noite da pizza e a tradicional festa junina. A renda é revertida para a compra de cobertores, que são distribuídos à população carente. Já os alimentos utilizados nas sopas são doados à associação por um ‘sacolão’ da cidade, e o grupo se dispõe a comprar qualquer material que possa faltar.
'Não é só dar comida'
Em datas comemorativas como o Natal e a Páscoa, o grupo costuma realizar ações especiais, como a distribuição de sacolinhas com presentes para as crianças, que são arrecadadas por voluntários, e distribuição de chocolates.
“Nós não somos ‘de igreja’, somos um grupo de amigos, e cada um tem sua religião, todos podem participar do grupo. No meu entendimento, não estamos fazendo isso para eles [moradores de rua e famílias necessitadas], estamos fazendo para nós. É uma coisa que a gente faz com o maior prazer, e é gratificante estar lá. Não é só dar comida”, emociona-se a presidente da associação.