Grupo de dança integra pessoas com deficiência física da região; há vagas

De 40 bailarinos, cerca de 15 são cadeirantes. Coreógrafos da companhia ensinam voluntariamente em Santos

Por: Isabela dos Santos & De A Tribuna On-line &  -  14/01/19  -  09:31
  Foto: Divulgação

Para os professores e dançarinosAlexandre Siqueira e Luciana Ramos, difícil é pensar em uma coreografia sem cadeira de rodas. Isso porque, há mais de 15 anos, a dupla se dedica a ensinar voluntariamente a dança para pessoas com deficiência física. A vontade se concretizou com a criação do grupo Studio Las Cia de Dança, em 2005. Há vagas disponíveis para os interessados.


“A gente precisa trabalhar de forma diferente, precisamos doar arte”. Esse foi o pensamento de Luciana, fundadora do grupo, após uma experiência em um centro de reabilitação. Ela convidou Alexandre para montar uma coreografia específica a pessoas com deficiencia física e, desde então, não pararam mais.


Atualmente, 40 bailarinos compõem a companhia, sendo cerca de 15 cadeirantes e 25 pessoas sem deficiência. “Todos se apresentam juntos, é uma companhia como qualquer outra”, afirma Alexandre. Eles ensaiam dança esportiva, focada em dança de salão para competição, e artística para as demais apresentações.


Quando a companhia completou dez anos, em 2015, saiu do país para disputar a Copa Mundial dos Continentes na Rússia. O grupo voltou da competição com vários títulos, com destaque para o segundo lugar na modalidade Duo freestyle, na qual dois cadeirantes se apresentam juntos.


Grupo Studio Las Cia de Dança, de Santos
Grupo Studio Las Cia de Dança, de Santos   Foto: Divulgação

Ana Patricia de Oliveira, de 46 anos, é cadeirante e integra o Studio Las desde sua fundação. Segundo ela, entrar para a companhia foi passar por um processo significativo em sua vida. “Alavancou minha autoestima, vaidade feminina, autocontrole. Redescobri meu corpo e me reconheci como protagonista de minha história. Além disso, pude conhecer várias pessoas em competições”.


Desafio


Para conseguir representar as pessoas com deficiência em competições, o grupo enfrenta uma dificuldade: encontrar um patrocinador. “O investimento é importante. Queremos representar o Brasil em 2020 nas Olimpíadas de Tokyo, e também em 2024, porque, além da paixão pela dança, ansiamos ampliar a visibilidade para dançarinos com deficiência”, explica o professor Alexandre.


Grupo Studio Las Cia de Dança, de Santos
Grupo Studio Las Cia de Dança, de Santos   Foto: Divulgação

Vagas


Para entrar no grupo, a pessoa deve ter autonomia na cadeira de roda e aptidão para a dança. Eles ensaiam aos fins de semana, geralmente na parte da manhã. O horário é sempre definido durante a semana, conforme a disponibilidade dos alunos. O local de ensaio é o Centro de Arte Integrada, dentro do Arena Santos (Avenida Rangel Pestana, 184, Vila Mathias). O espaço é cedido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura (Secult).


O grupo fará sua primeira apresentação do ano, de nome “O show tem que continuar”, no próximo dia 26, no Teatro Brás Cubas, em Santos, às 20h. A entrada antecipada custa R$ 10, e no dia R$ 20.


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